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São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2003

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188 integrantes de comunidade quilombola invadem área em MG

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A comunidade quilombola Família dos Amaros, formada por 188 pessoas, invadiu anteontem a fazenda Pituba, em Paracatu (a 482 km de Belo Horizonte).
Os quilombolas da Família dos Amaros, identificados como tais pela FCP (Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura), são descendentes de um escravo alforriado que teria adquirido as terras da fazenda -de 730 hectares- em 1855.
Segundo a diretora do departamento de Proteção do Patrimônio Afro-Brasileiro da FCP, Maria Bernadete Lopes da Silva, o grupo teria sido expulso do local por fazendeiros em 1949 e 1984 e, em um "ato desesperado", estaria tentando retomar a posse da propriedade.

Apoio
A invasão tem o apoio da FCP. Um historiador e paleontólogo especialista em leitura de documentos antigos foi enviado ao Arquivo Público de Paracatu para analisar o inventário que assegura aos quilombolas o direito à terra. "A partir do momento em que a transcrição do documento estiver pronta, entramos com pedido de reintegração de posse", afirmou Maria Bernadete Lopes da Silva.
A diretora, que diz temer pela integridade física da comunidade, ficará na cidade durante todo o final de semana.
Ontem, policiais militares e civis estiveram na área invadida, o que motivou Silva a ir até a delegacia local informar que não se tratava de invasão convencional.
O título de remanescente de quilombo (fase final do reconhecimento) é hoje concedido exclusivamente pela FCP. Ao todo, são 29 comunidades tituladas no país, avaliadas por critérios como história comum e usufruto coletivo da terra, parentescos e casamentos internos, localização e provas documentais. (THIAGO GUIMARÃES)


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