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188 integrantes de comunidade quilombola invadem área em MG
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A comunidade quilombola Família dos Amaros, formada por
188 pessoas, invadiu anteontem a
fazenda Pituba, em Paracatu (a
482 km de Belo Horizonte).
Os quilombolas da Família dos
Amaros, identificados como tais
pela FCP (Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da
Cultura), são descendentes de um
escravo alforriado que teria adquirido as terras da fazenda -de
730 hectares- em 1855.
Segundo a diretora do departamento de Proteção do Patrimônio
Afro-Brasileiro da FCP, Maria
Bernadete Lopes da Silva, o grupo
teria sido expulso do local por fazendeiros em 1949 e 1984 e, em
um "ato desesperado", estaria
tentando retomar a posse da propriedade.
Apoio
A invasão tem o apoio da FCP.
Um historiador e paleontólogo
especialista em leitura de documentos antigos foi enviado ao Arquivo Público de Paracatu para
analisar o inventário que assegura
aos quilombolas o direito à terra.
"A partir do momento em que a
transcrição do documento estiver
pronta, entramos com pedido de
reintegração de posse", afirmou
Maria Bernadete Lopes da Silva.
A diretora, que diz temer pela
integridade física da comunidade,
ficará na cidade durante todo o final de semana.
Ontem, policiais militares e civis
estiveram na área invadida, o que
motivou Silva a ir até a delegacia
local informar que não se tratava
de invasão convencional.
O título de remanescente de
quilombo (fase final do reconhecimento) é hoje concedido exclusivamente pela FCP. Ao todo, são
29 comunidades tituladas no país,
avaliadas por critérios como história comum e usufruto coletivo
da terra, parentescos e casamentos internos, localização e provas
documentais.
(THIAGO GUIMARÃES)
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