São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Alckmin diz que 24% "está ótimo" e reafirma 2º turno

Para tucanos, queda de candidato no Datafolha pode estar relacionada à nova onda de violência do PCC em São Paulo

Berzoini destaca melhora na avaliação do governo; para Tarso Genro, oposição erra ao insistir na "política do ódio e da desqualificação"


DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Ao comentar a pesquisa Datafolha, o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, voltou a dizer que a haverá segundo turno e negou que esteja em uma tendência de queda. "A tendência do eleitor é levar para o segundo turno para ter mais segurança, para poder comparar, clarear melhor, tirar dúvida e fazer o tira-teima. Agora é que vai começar o debate", disse o tucano, ontem à noite, na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
"A campanha está começando agora. Está ótimo 24% no Datafolha. (...) Eu não tinha 24% nesse momento quando fui candidato a governador de São Paulo. O Maluf tinha 43% e nem para o segundo turno foi."
Senadores governistas foram cautelosos ao comentar o crescimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É uma boa notícia, mas a campanha está só começando", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
"Se as pesquisas estiverem corretas, a política do ódio e da desqualificação não está dando certo. É necessário que a oposição discuta o que fez quando foi governo, suas propostas e a reforma política", afirmou o ministro Tarso Genro (Relações Institucionais).
"É importante destacar o aumento expressivo na avaliação positiva do governo Lula, que tem uma relação direta com a pesquisa de intenção de voto", declarou o coordenador da campanha petista à Presidência, Ricardo Berzoini. A aprovação ao governo subiu de 38% para 45%.

Agressividade
Tucanos e pefelistas também relacionaram a performance da candidatura Lula à melhora na avaliação da gestão do presidente. Por conta disso, a reunião de hoje do conselho político da campanha de Alckmin, em Brasília, irá se debruçar sobre a relação entre o candidato e o governo para tentar traçar uma estratégia que possa reverter o quadro atual.
Enquanto tucanos com acesso direto ao candidato insistem na agenda positiva durante o programa eleitoral gratuito, o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ), prega uma linha mais agressiva na campanha. "Cabe a nós colocar a avaliação do governo Lula de volta para baixo. Além de mostrar as virtudes de Alckmin, temos que mostrar os defeitos de Lula."

PCC
A cúpula tucana avalia que o desempenho negativo de Alckmin na pesquisa se deve a três fatores: o "efeito PCC", a falta de engajamento das bases e desempenho nas aparições na TV, considerado fraco.
" Desconfio que, como [o instituto] foi a campo em cima do episódio PCC, pode ter sido um fator", disse o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).
"Tão logo comece a propaganda na TV e Alckmin voltar a aparecer, e as campanhas [nos Estado] se entrosarem, porque muitas não estão, ele vai crescer", afirmou o coordenador da campanha, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).
Em seguidos telefonemas ontem à tarde, integrantes da campanha cobravam agilidade na distribuição de material de propaganda, que ainda não chegou a muitos Estados do Norte e do Nordeste, e a saída de cabos eleitorais às ruas.


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