Comitê de Marta se recusa a informar o valor arrecadado no primeiro mês de campanha

Democrata, em terceiro lugar no último Datafolha, empatado com Maluf, declarou já ter recebido R$ 6 milhões de doadores

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem

SAMBA
Prefeito Kassab (DEM) participa de gincana pela amamentação, em ginásio na zona leste; após discursar, ele desceu do palco e até sambou com moradores

CATIA SEABRA
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Gilberto Kassab (DEM), declarou à Justiça Eleitoral uma arrecadação de R$ 6 milhões no primeiro mês de campanha.
A receita do democrata é 680,17% a mais do que os R$ 769.061,29 informados pelo tucano Geraldo Alckmin -ou seja, quase oito vezes o valor obtido pelo ex-governador paulista.
Procurado por três dias consecutivos, o comitê eleitoral da ex-prefeita Marta Suplicy (PT) se recusou a informar o valor arrecadado no primeiro mês.
Enquanto os tucanos lamentam a falta de recursos, a opulência da campanha de Kassab ganha as ruas. O prefeito -que começou a inaugurar 31 comitês regionais pela capital- já tem sido acompanhado por carros de som nas atividades.
Seu comando de campanha também montou uma equipe exclusivamente para a produção da propaganda de cada um dos 269 candidatos a vereador.
Ontem, começou a distribuição de impressos, podendo chegar a 2 milhões de panfletos dependendo do candidato.
Ao centralizar a confecção de material, Kassab, terceiro colocado na mais recente pesquisa Datafolha -atrás de Marta e Alckmin e empatado tecnicamente com Paulo Maluf (PP)-, garante a imagem dele nos panfletos. Ontem, em reunião com presidentes dos partidos, ele também recomendou que os candidatos exaltem seu governo nos programas de TV, também sob seu controle.
O presidente do comitê financeiro de Kassab, Alfredo Cotait, comemora a receita.
"Está sendo gratificante a receptividade [do empresariado], pelo reconhecimento dos trabalhos do prefeito e o apoio à continuidade de seu governo.
Se vai continuar, depende da eleição", disse Cotait, contabilizando a receita em "6 milhões e poucos reais".
"Nosso trabalho é na rua, falando direto ao eleitor, mostrando as propostas para São Paulo. O que foi arrecadado até agora cobriu as despesas básicas para isso", afirma Edson Aparecido (PSDB), coordenador da campanha de Alckmin.
Alckmin também recorreu ao governador José Serra (PSDB). Pediu que ele indicasse doadores. O chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, foi escalado para ajudar.


Texto Anterior: Painel
Próximo Texto: TSE prevê atraso de uma semana em prestações
Índice