São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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PF e Procuradoria vão intimar acusado de desvio no Detran-RS

Objetivo é que Lair Ferst esclareça declarações sobre Yeda em novo depoimento

SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal anunciaram que vão intimar o empresário Lair Ferst, apontado como um dos pivôs do desvio de dinheiro do Detran-RS e da crise que atingiu o governo gaúcho, para prestar um novo depoimento. O objetivo é que o empresário esclareça informações dadas por ele à imprensa.
Em entrevista à Folha publicada na última quarta-feira, Ferst envolveu pela primeira vez a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), na fraude do Detran.
O empresário disse que era amigo de Yeda, que foi recebido por ela após a posse e que a reestruturação da fraude no Detran foi decisão política do governo. No mesmo dia em que foi publicada a entrevista, a oposição à governadora apresentou pedido para que o empresário fosse novamente ouvido pela PF e pela Procuradoria.
Por meio de sua assessoria, Yeda negou que soubesse de desvios no Detran antes da deflagração da Operação Rodin, da PF, em novembro de 2007.
Pela denúncia à Justiça, R$ 44 milhões foram desviados do Detran e gastos com propinas e enriquecimento ilícito. Ferst está entre os 40 denunciados. Procurado, Ferst disse que preferia não comentar a intimação para novo depoimento.

Notícia-crime
O Ministério Público do Rio Grande do Sul anunciou ontem que enviou ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pedido formal para que investigue a eventual participação do deputado federal José Otávio Germano (PP) e do presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado), João Luiz Vargas, no esquema de desvio do Detran.
"Há indícios fortes da participação do presidente do Tribunal de Contas e do deputado no esquema do Detran que foi desnudado pela Operação Rodin", disse o subprocurador-geral de Justiça, Eduardo Veiga.
As duas notícias-crimes encaminhadas ao procurador-geral têm como base documentos e interceptações telefônicas feitas pela PF e que foram remetidos ao Ministério Público. Segundo Veiga, a investigação do material não foi concluída e novas medidas devem ser anunciadas no próximo mês.
Em nota, o presidente do TCE disse que só falará com a imprensa após a manifestação do procurador-geral da República. Vargas disse que respeita a decisão do Ministério Público e que está à disposição da Justiça para esclarecimentos.
A reportagem deixou recado com a assessoria do deputado José Otávio Germano, mas ele não havia entrado em contato até o início da noite de ontem.


Colaborou GRACILIANO ROCHA, da Agência Folha


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