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PF e Procuradoria vão intimar acusado de desvio no Detran-RS
Objetivo é que Lair Ferst esclareça declarações sobre Yeda em novo depoimento
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal anunciaram que vão intimar o empresário Lair Ferst, apontado como um dos pivôs do desvio de
dinheiro do Detran-RS e da crise que atingiu o governo gaúcho, para prestar um novo depoimento. O objetivo é que o
empresário esclareça informações dadas por ele à imprensa.
Em entrevista à Folha publicada na última quarta-feira,
Ferst envolveu pela primeira
vez a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius
(PSDB), na fraude do Detran.
O empresário disse que era
amigo de Yeda, que foi recebido por ela após a posse e que a
reestruturação da fraude no
Detran foi decisão política do
governo. No mesmo dia em que
foi publicada a entrevista, a
oposição à governadora apresentou pedido para que o empresário fosse novamente ouvido pela PF e pela Procuradoria.
Por meio de sua assessoria,
Yeda negou que soubesse de
desvios no Detran antes da deflagração da Operação Rodin,
da PF, em novembro de 2007.
Pela denúncia à Justiça, R$
44 milhões foram desviados do
Detran e gastos com propinas e
enriquecimento ilícito. Ferst
está entre os 40 denunciados.
Procurado, Ferst disse que
preferia não comentar a intimação para novo depoimento.
Notícia-crime
O Ministério Público do Rio
Grande do Sul anunciou ontem
que enviou ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pedido formal
para que investigue a eventual
participação do deputado federal José Otávio Germano (PP) e
do presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado), João
Luiz Vargas, no esquema de
desvio do Detran.
"Há indícios fortes da participação do presidente do Tribunal de Contas e do deputado no
esquema do Detran que foi desnudado pela Operação Rodin",
disse o subprocurador-geral de
Justiça, Eduardo Veiga.
As duas notícias-crimes encaminhadas ao procurador-geral têm como base documentos
e interceptações telefônicas
feitas pela PF e que foram remetidos ao Ministério Público.
Segundo Veiga, a investigação do material não foi concluída e novas medidas devem ser
anunciadas no próximo mês.
Em nota, o presidente do
TCE disse que só falará com a
imprensa após a manifestação
do procurador-geral da República. Vargas disse que respeita
a decisão do Ministério Público
e que está à disposição da Justiça para esclarecimentos.
A reportagem deixou recado
com a assessoria do deputado
José Otávio Germano, mas ele
não havia entrado em contato
até o início da noite de ontem.
Colaborou GRACILIANO ROCHA, da Agência Folha
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