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TELECOMUNICAÇÕES
Instalação de telefone é feita em dois dias
Portugal e Espanha têm serviço eficiente
ELVIRA LOBATO
enviada especial a Madri e Lisboa
Se a Telefónica de España e a
Portugal Telecom oferecerem no
Brasil a mesma qualidade de serviço que prestam em seus países, os
paulistanos não sentirão saudade
da Telesp estatal.
Dos três, o Brasil é o que possui a
menor taxa para a instalação de linha -R$ 51,36, contra R$ 92,53
em Portugal e R$ 193,91 na Espanha-, mas o dado perde relevância porque há 13,3 milhões de inscritos para compra do telefone no
país, sem data para atendimento.
Nos outros dois países, a instalação é feita no máximo em dois
dias, contados a partir da formalização do pedido.
Aposentados e pensionistas portugueses que recebem até um salário mínimo têm 62% de desconto
na assinatura mensal e ainda ganham 35 impulsos grátis por mês.
Todas as escolas públicas têm
acesso à Internet por rede de alta
velocidade.
Os deficientes físicos podem ter
telefones especiais, que são instalados gratuitamente em suas casas, por exigência do governo.
Em Madri, os postos de atendimento público da Telefónica de
España chamam a atenção não só
pela limpeza e organização, mas
pelas cabines para atendimento a
surdos, com telefones com teclados nos quais eles podem digitar
suas mensagens. As respostas, de
quem está do outro lado da linha,
aparecem na tela do aparelho.
O internauta português tem à
sua disposição o sistema que permite usar, simultaneamente, a
mesma linha para acessar a Internet e falar ao telefone. As chamadas "redes de banda larga" fazem
com que as imagens cheguem com
rapidez aos computadores e as
quedas de ligação são raras.
Mais de 90% das centrais telefônicas portuguesas são digitais e o
tempo máximo de reparação de
defeitos é de 20 horas. Todas as localidades com mais de mil habitantes do país têm, pelo menos,
um telefone público.
Tanto em Portugal quanto na
Espanha, há uma feroz competição pela telefonia celular. Há um
ano, a Airtel e a Moveline -que
disputam o mercado de celulares
espanhol- davam o aparelho de
brinde para conquistarem novos
clientes. Elas frearam a guerra de
preços quando usuários de menor
poder aquisitivo, que haviam sido
atraídos pela disputa, começaram
a devolver os aparelhos pela impossibilidade de pagarem a conta.
A disputa está em plena efervescência em Portugal. Segundo Luiz
Felipe Nazaré, presidente do Instituto de Comunicações -que regulamenta e fiscaliza o mercado-, as tarifas da telefonia celular
caíram 90% nos últimos cinco
anos e cairão ainda mais quando o
grupo Sonae (dono da rede de supermercados Continente) começar a funcionar como terceira operadora de celular de Portugal, em
setembro.
O novo concorrente lançou uma
campanha publicitária prometendo cobrar até o ano 2000 apenas
cinco escudos por minuto -R$
0,03- nas ligações entre os assinantes de seu sistema. O preço é
praticamente igual ao que a Telesp
cobra na ligação local comum.
A disputa pelo usuário de celular
em Portugal é tamanha que os publicitários já não têm inspiração
para tantos planos promocionais.
O atual mote publicitário da TMN
(Telecomunicações Móveis Nacionais), da Portugal Telecom é
inacreditável: "Neste verão, preços fresquinhos".
O plano de assinatura do serviço
celular mais "fresquinho" da
operadora para o verão europeu
oferece um telefone digital Motorola pelo equivalente a R$ 127,88,
sem taxa de habilitação e com um
crédito de R$ 109,24 para ser gasto
em ligações. Ou seja, o telefone digital sai por R$ 18,64.
Os usuários dos dois países queixam-se de que as empresas vêm
encarecendo sistematicamente as
chamadas locais para compensar a
queda de preço das ligações de
longa distância.
Na última semana, a OCU (Organización de Consumidores Y
Usuários) da Espanha, que reúne
250 mil associados, começou uma
campanha contra a mudança do
sistema tarifário da Telefónica. A
operadora abandonou a cobrança
por pulsos e passou a cobrar as
chamadas locais por segundos o
que, segundo os consumidores,
gerou um aumento de até 137,9%
nas ligações, dependendo da duração e da hora em que foi feita.
Em Portugal, os consumidores
fizeram um "buzinaço", no início
do ano, em frente à sede da telefônica, porque ela instituiu uma taxa de ativação das chamadas equivalente a um pulso. Ou seja, os três
primeiros minutos das ligações locais passaram a custar o dobro.
O reajuste contra o qual os consumidores espanhóis e portugueses se insurgiram foi feito no Brasil
em 1995 e 96, como preparação
para a venda do Sistema Telebrás.
Dos três países, o Brasil é o único
que eliminou completamente o
chamado subsídio de preço entre
as ligações locais e as chamadas
longa distância. Dos três, o Brasil é
o que possui a maior tarifa local
-R$ 13,82 o minuto, contra R$
12,92 em Portugal e R$ 9,63 na Espanha- e o menor custo de interurbanos.
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