FERNANDO MENDONÇA
da Agência Folha, em Curitiba


Seis fazendas foram invadidas entre a noite de domingo e a madrugada de ontem pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) nas regiões centro-oeste e oeste do Paraná. Em nenhuma delas houve conflito armado.
Em Nova Cantu (a 475 km de Curitiba), três grupos, com aproximadamente 30 famílias cada um, deixaram a fazenda Rio Tonete, onde estavam acampados, e invadiram anteontem as fazendas vizinhas Vista Alegre, Marambaia e Takada.
A quarta invasão aconteceu ainda na noite de domingo em Mamborê (a 494 km de Curitiba).
Cerca de 50 famílias invadiram a fazenda Esperança. "Foi uma invasão pacífica", afirmou o delegado-titular de Mamborê, Laércio Cardoso Fahur, 36.
Na madrugada de ontem, cerca de 70 famílias sem terra invadiram as fazendas Legendária e Syracuse, em Laranjal (a 411 km de Curitiba), no oeste do Estado.
Segundo os seguranças das fazendas, os sem-terra estavam armados. Os donos das propriedades reuniram-se ontem à tarde para discutir a situação.
O secretário da Segurança do Paraná, Cândido Martins de Oliveira, reuniu-se ontem com o governador do Estado, Jaime Lerner (PFL), para discutir as invasões.
Segundo Oliveira, a orientação é manter o diálogo nas áreas de desocupação pacífica e suspender as negociações nas áreas de conflito.
O motivo do encontro entre Oliveira e Lerner foi o conflito do último sábado na fazenda Cordilheira, em Jundiaí do Sul (a 332 km de Curitiba), no norte do Paraná.
Sem-terra que invadiram uma área da fazenda amarraram dois fazendeiros e cinco seguranças e os agrediram por quatro horas.
Os ruralistas paranaenses desaprovam a forma de ação do governo estadual em relação às invasões promovidas pelos sem-terra.
"Temos quase cem invasões de terra no Paraná e ninguém faz absolutamente nada", disse o presidente da União Democrática Ruralista (UDR) no noroeste do Estado, Marcos Prochet, 38.



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