São Paulo, segunda-feira, 09 de setembro de 2002

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Entidade teme que subsídio seja estendido

DA REPORTAGEM LOCAL

Os usineiros do Centro-Sul temem que, em ano eleitoral e na esteira da retomada dos incentivos à produção de cana-de-açúcar do Nordeste, sejam criados mecanismos adicionais de subsídios para beneficiar produtores de outras regiões.
"Os privilégios seriam injustificáveis sob qualquer aspecto, e não vamos admitir que se restaurem esses esquemas", diz o presidente da Única (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), Eduardo Pereira de Carvalho, 63.
Segundo Carvalho, "seria uma interrupção grave do processo de desregulamentação do setor".
A Única não se opõe ao subsídio de equalização destinado aos produtores nordestinos. Mas Carvalho se diz preocupado com as articulações políticas que ele chama de "discussões feitas debaixo dos cobertores". Os usineiros paulistas e paranaenses temem o uso desses recursos por usineiros nordestinos para comprar e expandir usinas no Centro-Sul.
Segundo o Ministério da Agricultura, "esse movimento de transferência de usinas e montagem de outras vem ocorrendo há muito tempo, não guardando qualquer relação com o subsídio pago neste momento".
O pagamento da equalização da produção de cana-de-açúcar no Nordeste é um mecanismo destinado a compensar os diferenciais de custo, em razão das condições climáticas, topográficas e de renda locais em relação à produção do Centro-Sul.
O subsídio -o setor prefere chamar de subvenção, pois está dentro dos níveis permitidos pela OMC (Organização Mundial do Comércio- corresponde a R$ 5,07 por tonelada de cana.
"Esses recursos não vêm sendo pagos há três anos e meio", diz o deputado José Múcio Monteiro (PSDB-PE). "Esse dinheiro não é lucro, é dinheiro devido e que já deveria ter saído em junho. Estamos pagando folha de pagamento com dinheiro emprestado."
Em 1999, a Procuradoria da República em Pernambuco abriu inquérito para apurar a suspeita de favorecimento de empresas do setor sucroalcooleiro pela Sudene, que teria se omitido no controle e fiscalização dos recursos do programa de equalização. (FV)


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