São Paulo, segunda-feira, 09 de setembro de 2002

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GOVERNADORES

CAMPANHA

Governador admite que metas de seu governo não foram cumpridas, mas diz que desempenho "global" é positivo

Conversa com Maluf é na polícia, diz Alckmin

MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição, rebateu ontem, em entrevista coletiva, as críticas que tem recebido do candidato pepebista, Paulo Maluf.
"Eu não converso com o Maluf, com ele é na polícia e na Justiça. E ele já é condenado." "Ele provoca todo dia, porque ele quer puxar para a lama. Ele está na lama, quer puxar para lama", disse.
Em campanha em Aricanduva, na zona leste de São Paulo, onde realizou comício, Alckmin voltou a atacar seu adversário pepebista.
"Como é que pode ser candidato alguém que diz "estupra, mas não mata'? Não deveria nem poder ser candidato, quanto mais ser eleito", afirmou.
Estiveram presentes ao comício cerca de mil pessoas, segundo a organização do evento.

Metas
O governador admitiu ontem que parte das metas do programa de governo do partido para a gestão 1999-2002 não foi cumprida. "Programa de governo não é uma coisa estática", afirmou.
Reportagem publicada ontem pela Folha apontava que, das 18 metas propostas para a gestão de 1998 pelo então candidato à reeleição Mário Covas e por Geraldo Alckmin, seu vice, 11 deixaram de ser cumpridas.
Alckmin disse, no entanto, que a avaliação "global" de seu governo não pode ser considerada negativa e que alguns números estabelecidos pela administração até mesmo superaram o previsto. "Em algumas metas realmente não se chegou ao número estabelecido, mas outras tantas foram superadas, feito muito mais do que o previsto, e coisas que não estavam nem programadas foram feitas", disse o governador.
Ele citou como exemplos de projetos realizados que não estavam previstos o programa de Renda Cidadã, a desativação do complexo do Carandiru e a transformação da Febem Imigrantes num centro de esporte, cultura e lazer, que está ficando "quase pronto", segundo o governador.
O levantamento da Folha mostrou que as metas mais distantes de serem alcançadas foram as das áreas de segurança, de habitação, de justiça e de cidadania e expansão das linhas do metrô.
Das 250 mil casas prometidas pelo programa de governo tucano, apenas 37.665 foram entregues, segundo os próprios dados oficiais do governo.

Bom ritmo
"Acho que chegaremos até o final do ano em torno de quase 80 mil unidades habitacionais entregues. Houve um atraso anterior, em 1999, porque o Tribunal de Contas questionou a questão dos mutirões, então houve uma paralisação.""Mas estamos recuperando", completou o governador Geraldo Alckmin.
"Acho que está indo num bom ritmo. Hoje nós estamos com mais 40 mil unidades em construção e mais de 60 mil unidades em licitação, que é um fato recorde", completou.
O programa também previa a redução da criminalidade pela metade e o déficit zero de vagas penitenciárias no Estado de São Paulo -nenhum dos dois objetivos chegou a ser atingido pela administração.
"A segurança pública está melhorando aqui em São Paulo: já tivemos uma redução de homicídios de mais de 10% em relação ao ano passado", afirmou Geraldo Alckmin.
"Em todas as áreas o governo do Estado fez mais do que os outros governos. Pode comparar com o governo [Orestes" Quércia, [Luiz Antonio" Fleury, [Paulo" Maluf, qualquer governo. Fez mais metrô, estrada, casa, escola, hospital, qualquer área. Fez sem endividar, saneando o Estado", disse o governador tucano.
Mesmo reconhecendo não ter conseguido cumprir as metas do seu programa de governo de 98, Alckmin aproveitou o comício de ontem em Aricanduva para assumir quatro "compromissos" com a população de São Paulo: promover "habitação, educação, saúde e segurança pública" caso consiga a reeleição.



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