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GOVERNADORES
CAMPANHA
Governador admite que metas de seu governo não foram cumpridas, mas diz que desempenho "global" é positivo
Conversa com Maluf é na polícia, diz Alckmin
MAURO ALBANO
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), candidato
à reeleição, rebateu ontem, em
entrevista coletiva, as críticas que
tem recebido do candidato pepebista, Paulo Maluf.
"Eu não converso com o Maluf,
com ele é na polícia e na Justiça. E
ele já é condenado." "Ele provoca
todo dia, porque ele quer puxar
para a lama. Ele está na lama, quer
puxar para lama", disse.
Em campanha em Aricanduva,
na zona leste de São Paulo, onde
realizou comício, Alckmin voltou
a atacar seu adversário pepebista.
"Como é que pode ser candidato alguém que diz "estupra, mas
não mata'? Não deveria nem poder ser candidato, quanto mais
ser eleito", afirmou.
Estiveram presentes ao comício
cerca de mil pessoas, segundo a
organização do evento.
Metas
O governador admitiu ontem
que parte das metas do programa
de governo do partido para a gestão 1999-2002 não foi cumprida.
"Programa de governo não é uma
coisa estática", afirmou.
Reportagem publicada ontem
pela Folha apontava que, das 18
metas propostas para a gestão de
1998 pelo então candidato à reeleição Mário Covas e por Geraldo
Alckmin, seu vice, 11 deixaram de
ser cumpridas.
Alckmin disse, no entanto, que
a avaliação "global" de seu governo não pode ser considerada negativa e que alguns números estabelecidos pela administração até
mesmo superaram o previsto.
"Em algumas metas realmente
não se chegou ao número estabelecido, mas outras tantas foram
superadas, feito muito mais do
que o previsto, e coisas que não
estavam nem programadas foram
feitas", disse o governador.
Ele citou como exemplos de
projetos realizados que não estavam previstos o programa de
Renda Cidadã, a desativação do
complexo do Carandiru e a transformação da Febem Imigrantes
num centro de esporte, cultura e
lazer, que está ficando "quase
pronto", segundo o governador.
O levantamento da Folha mostrou que as metas mais distantes
de serem alcançadas foram as das
áreas de segurança, de habitação,
de justiça e de cidadania e expansão das linhas do metrô.
Das 250 mil casas prometidas
pelo programa de governo tucano, apenas 37.665 foram entregues, segundo os próprios dados
oficiais do governo.
Bom ritmo
"Acho que chegaremos até o final do ano em torno de quase 80
mil unidades habitacionais entregues. Houve um atraso anterior,
em 1999, porque o Tribunal de
Contas questionou a questão dos
mutirões, então houve uma paralisação.""Mas estamos recuperando", completou o governador
Geraldo Alckmin.
"Acho que está indo num bom
ritmo. Hoje nós estamos com
mais 40 mil unidades em construção e mais de 60 mil unidades em
licitação, que é um fato recorde",
completou.
O programa também previa a
redução da criminalidade pela
metade e o déficit zero de vagas
penitenciárias no Estado de São
Paulo -nenhum dos dois objetivos chegou a ser atingido pela administração.
"A segurança pública está melhorando aqui em São Paulo: já tivemos uma redução de homicídios de mais de 10% em relação ao
ano passado", afirmou Geraldo
Alckmin.
"Em todas as áreas o governo do
Estado fez mais do que os outros
governos. Pode comparar com o
governo [Orestes" Quércia, [Luiz
Antonio" Fleury, [Paulo" Maluf,
qualquer governo. Fez mais metrô, estrada, casa, escola, hospital,
qualquer área. Fez sem endividar,
saneando o Estado", disse o governador tucano.
Mesmo reconhecendo não ter
conseguido cumprir as metas do
seu programa de governo de 98,
Alckmin aproveitou o comício de
ontem em Aricanduva para assumir quatro "compromissos" com
a população de São Paulo: promover "habitação, educação, saúde e segurança pública" caso consiga a reeleição.
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