São Paulo, quarta, 9 de setembro de 1998

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Indicadores revelam elitismo do ensino brasileiro

FERNANDO ROSSETTI
da Reportagem Local

O favorecimento do ensino superior em detrimento do ensino básico explica porque o Brasil tem um desempenho tão medíocre nos indicadores de educação do Relatório das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Humano.
No período de 1990 a 1995, 56% dos recursos públicos gastos em educação no país foram para o 1º e 2º graus e 26% para o ensino superior, segundo o relatório. Isso dá uma proporção de aproximadamente dois para um. No Chile e na Argentina a proporção é de quatro para um. Nos EUA, três para um. Na Coréia, dez para um.
O número de matrículas em cada nível de ensino mostra como o perfil brasileiro de investimento público na educação é elitista.
O Brasil tem 34 milhões de alunos no ensino fundamental (1º grau), 7 milhões no ensino médio (2º grau) e apenas 1,8 milhão no ensino superior -uma proporção de 20 alunos de 1º e 2º graus para 1 de ensino superior.
Resultado: os poucos afortunados que passam pela "peneira" empobrecida da educação básica encontram um ensino superior proporcionalmente riquíssimo.



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