São Paulo, quinta, 9 de outubro de 1997.



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Painel

Jogo disputado
No atacado, Serjão fez a composição da Anatel quase como queria. Quatro dos cinco membros são ligados a ele. No varejo, não emplacou uma indicação e teve que engolir um nome que não controla. Clóvis Carvalho é tido como o pai dos vetos.

Entrada proibida
A ala pefelista de Marco Maciel, Jorge Bornhausen e Hugo Napoleão não teve uma indicação atendida para a Anatel. Levou o nome do professor universitário Ubiratan Rezende, que foi vetado pelo Planalto.
Freio de leve
O fim da briga entre Serjão e Clóvis Carvalho sobre a Anatel traz novidade. Pela primeira vez, o ministro das Comunicações não fez tudo o que quis, apesar de continuar forte junto a FHC.

Carimbados como vilões
Os líderes do governo no Senado se sentem traídos por FHC, que os orientou a aprovar a aposentadoria especial dos magistrados no 1º turno da reforma da Previdência. Agora, o presidente e ACM, que também mudou de lado, fazem pose de mocinhos.

Carapuça larga

Na instalação da comissão da Lei Pelé, Ricardo Gomyde (PC do B) comemorou a indicação de Germano Rigotto (PMDB) para a presidência: "Não é comprometido com os gângsteres do futebol". Eurico Miranda (PPB) protestou: "Aqui, ninguém é".

Alfinetada sutil

Fazendo piada sobre seu projeto, Pelé disse ontem a deputados de oposição: "O presidente me chamou para moralizar o desporto nacional. Mas não era para querer moralizar tanto".


Sonhando alto

Entusiasmado com os holofotes que conseguiu como relator da lei eleitoral de 98 na Câmara, Carlos Apolinário quer disputar a eleição para o Senado pelo PMDB paulista. E já começou a consultar os caciques do partido.

Pequenos negócios
A diretoria do BID e Kandir (Planejamento) acertaram verba de US$ 5 mi para um projeto de crédito popular federal.

Partido rachado
O PMDB do FHC está marcando uma reunião para a próxima quarta, dia 15, em Brasília, na casa do deputado distrital Luís Estevão. Governadores e caciques fazem articulação para apoiar a reeleição do presidente em 98.

Ser ou não ser
Em reunião anteontem com um grupo de deputados do PT, Lula discutiu suas intenções para 98. Segundo os parlamentares, ele definirá até o fim do mês se será candidato a presidente.

Bombardeio parlamentar
Pefelistas acham que Benjamin Steinbruch deveria sair do Conselho de Administração da Petrobrás, no qual ficou depois de comprar a CSN e a Vale. Dizem que as decisões da estatal têm influência sobre seus negócios.

Confusão garantida
Depois do aborto e da compra de votos, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara começa a apreciar outro tema polêmico. Voltou à comissão projeto que cria a pena de morte. Henrique Eduardo Alves (PMDB) procura um relator para a matéria.

Divórcio imediato

Na avaliação de setores do PSB e do PT, o objetivo da plataforma comum da frente de esquerda para 98 é muito mais o de marcar diferenças com Ciro Gomes (e isolá-lo juntamente com o PPS) do que efetivamente servir de programa de campanha.

Opção governista
O mesmo PMDB que quer dar poderes de CPI à Comissão de Constituição e Justiça, sob o argumento de que ela não consegue investigar profundamente casos de corrupção, não quer uma CPI de verdade para apurar a venda de votos na reeleição.

Visita à Folha

O presidente da Parmalat Brasil, Gianni Grisendi, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado da diretora de marketing Vânia de Alcantara Machado, e da assessora de imprensa Maristela Mafei, da Máquina da Notícia.

TIROTEIO


De Sérgio Carneiro (PDT-BA), sobre relatório da Embaixada dos EUA dizer que a corrupção é endêmica no Brasil, que falta coerência ideológica à base parlamentar de FHC e que o Poder Judiciário seria ineficiente:
- FHC deveria mandar todos os seus arapongas embora e colocar o pessoal da embaixada americana para assessorá-lo. Eles mostraram que conhecem o nosso país bem melhor do que o governo.

CONTRAPONTO

Bússola maluca
A proposta de candidatura única das oposições em 98 pode até não vingar, mas sua discussão já deixou uma vítima no caminho: o PPS, ex-PCB (Partido Comunista Brasileiro).
Nessas discussões, o PPS se transformou numa espécie de "Geni" das esquerdas. Brizola, por exemplo, disse que, realizado o exame de DNA do partido, ficou comprovado que ele era governista, e não de oposição.
Na semana passada, durante uma conversa de dirigentes do PSB, o líder na Câmara, Alexandre Cardoso (RJ), surpreendeu os demais ao dizer que o PPS poderia voltar ao convívio das oposições. Motivo: finalmente contava com alguém de esquerda, o ex-ministro Ciro Gomes.
- Como, ele não é de direita? - perguntou um dos presentes.
Era a deixa que Cardoso esperava para responder, de imediato:
- Isso ninguém sabe. Agora, que ele está à esquerda do PPS, disso não há dúvida.



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