São Paulo, quinta, 9 de outubro de 1997.



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DIPLOMACIA
Tamanho do esquema de segurança só perde para o do papa
PF escala 1.500 homens para "Operação Clinton"

da Sucursal de Brasília


O esquema de segurança mon tado para a visi ta de dois dias do presidente norte-america no Bill Clinton "só perde para a do papa", disse ontem Vicente Chelotti, diretor-geral da Polícia Federal. Por uma "questão de se gurança", ele não revela quantos homens sob seu comando estarão envolvidos na operação.
A Polícia Militar do Distrito Fe deral está escalando 1.500 homens para trabalhar na "Operação Clin ton" -isso apesar de o presidente norte-americano passar apenas 21 horas na cidade. Desses, 400 deve rão ser usados no controle do trân sito.
A indefinição quanto à agenda que Clinton vai cumprir no Brasil está fazendo com que os órgãos de segurança envolvidos se excedam nos planejamentos.
As polícias Federal e Militar es tão simulando situações de risco em todos os roteiros possíveis para as eventuais visitas do presidente e de sua mulher, Hillary, a fim de es tabelecer a distribuição dos poli ciais.

Trânsito
O que se sabe, até agora, é que por onde a comitiva de Clinton passar o trânsito será totalmente bloqueado aos demais veículos, mesmo na pista em sentido con trário.
No domingo, um dia antes da chegada da comitiva norte-ameri cana, a PF vai fazer uma última vis toria nos palácios do Planalto e da Alvorada e Esplanada dos Ministé rios. Irá também limitar o número de pessoas circulando por esses lo cais e deixará policiais em alerta.
O comboio do presidente nor te-americano será integrado por dezenas de carros, sendo três deles limusines blindadas. A segurança próxima ao carro de Clinton ficará a cargo do FBI (a polícia federal norte-americana), e será acompa nhada no ar por dois helicópteros trazidos dos EUA, ocupados por agentes do FBI. Não se sabe quan tos agentes estão envolvidos.
Em terra, a Polícia Federal acom panhará a comitiva principal a uma certa distância por carros do Comando Operacional-Tático, ocupada por policiais de elite for temente armados, e por uma ca minhonete equipada com sensores para detectar bombas, com siste ma informatizado que orienta sua desativação.
Em Brasília, dois helicópteros -um da PM, outro da PF- tam bém estão envolvidos no esquema de segurança, mas só poderão acompanhar o comboio à distân cia. Um oficial da PM disse à Folha que essa medida foi tomada por que os norte-americanos não con fiam nos equipamentos usados pe los brasileiros.
Para Chelotti, o excesso de segu rança promovido pelo governo norte-americano "não é ofensi vo", pois "cada um sabe o que sua autoridade precisa".
Ele afirmou que "não há riscos de segurança" na possibilidade de Hillary Clinton visitar um colégio na periferia de Brasília.



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