São Paulo, quinta, 9 de outubro de 1997.



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DIPLOMACIA
Conheça mais detalhes sobre o que será discutido entre os dois países durante a visita de Bill Clinton
EUA querem vender mais armas ao Brasil

LUCAS FIGUEIREDO
da Sucursal de Brasília


O embaixador dos Estados Unidos no Bra sil, Melvyn Le vitsky, disse on tem que seu país quer vender ar mas para a América Latina, incluindo o Bra sil. "Queremos participar (dos ne gócios) quando os países forem modernizar suas Forças Arma das", afirmou ele.
Neste ano, os EUA levantaram o embargo de venda de armas para a América Latina, estabelecido nos anos 70, durante o governo Jimmy Carter, por questões humanitá rias, já que vários países eram go vernados por ditaduras militares, incluindo o Brasil.
Os primeiros negócios devem ser feitos com o Chile, interessado na compra de aviões de caça F-16.
De acordo com o embaixador, o fim do embargo é positivo, pois "reconhece o desenvolvimento da democracia" na América Latina. Levitsky citou Cuba como única exceção.
A seguir, os principais pontos mencionados pelo embaixador so bre a visita de Clinton ao Brasil:
Visto: apesar de ter sido elimina da a exigência de visto para argen tinos em viagem pelos Estados Unidos, o mesmo não deverá acontecer com os brasileiros. Por tanto, o assunto estará fora da agenda de Clinton. Segundo o em baixador, "o nível de pessoas (do Brasil) que não volta (de viagens aos EUA) ainda é muito alto". Le vitsky disse que, "no futuro, se o nível baixar, será possível" sus pender a exigência.
Drogas: os EUA estão satisfeitos com a política do governo brasilei ro no combate ao tráfico de dro gas. Mas querem ampliar a coope ração, já que o Brasil está se tor nando um país de trânsito da dro ga produzida em outros países da América Latina.
Conselho de Segurança da ONU: O presidente dos EUA vai reafirmar que apóia a entrada de novos países no conselho, mas não irá interferir na seleção. Ou seja, Clinton não irá optar pelo Brasil ou pela Argentina, que disputam um assento no conselho. "É im portante para a região ter um con senso", disse o embaixador.
Globalização: de acordo com Levitsky, o Brasil, assim como os EUA, é um país global. Por isso, Clinton irá conversar com FHC sobre questões considerados glo bais, como a instabilidade no Oriente Médio e problemas no sis tema financeiro internacional.
Meio ambiente: os EUA irão oferecer ao Brasil o empréstimo de um avião especializado em medir a extensão de queimadas, que seria usado na Amazônia. Os dois presi dentes também falarão sobre pro blemas com o clima do planeta, que será tema de uma conferência em Kyoto, no Japão.
Software: Clinton e FHC irão conversar sobre "pirataria" na área de software. Segundo o em baixador, "algumas companhias dos EUA têm queixas" sobre o não-reconhecimento, por parte de empresas brasileiras, da proprie dade intelectual sobre produtos de software.
Cooperação: Clinton e FHC de vem assinar acordos de coopera ção nas áreas de tecnologia, de educação (ensino à distância, in tercâmbio e Internet), da reforma do Estado e do combate ao crime organizado, especialmente o nar cotráfico.
Programa aeroespacial: os dois presidentes devem anunciar um aprofundamento das relações nes sa área.



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