São Paulo, segunda-feira, 09 de outubro de 2000

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OUTRO LADO
Governo diz que baixar indigência é a prioridade

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Coordenadora do principal projeto de combate à pobreza do governo, a secretária de Assistência Social do Ministério da Previdência, Wanda Engel Aduan, diz que a prioridade do governo é reduzir o contingente de miseráveis: "Primeiro é preciso concentrar esforços para reduzir a indigência, que é insuportável, e depois eliminar a pobreza".
A secretária aponta que um dos principais problemas do governo ainda é fazer com que os gastos oficiais cheguem a quem mais precisa. ""O pobre mais pobre acaba não recebendo ajuda destinada a ele", afirma Wanda Engel.
A secretária cita como exemplo o funcionamento de creches da Previdência Social. "Quem consegue colocar o filho na creche são os que têm amigos políticos e o presidente da associação de moradores." De acordo com ela, quem é realmente necessitado acaba excluído, pois não sabe nem da existência da creche.
Outro problema apontado pela secretária é uma certa disputa entre os que se dedicam ao combate à pobreza. Ela defende que é preciso traçar uma estratégia mais coordenada, que junte os esforços.
"Como se faz para atingir as metas econômicas", diz a secretária. "Muitos programas competem entre si. É como se as pessoas dissessem: "Esse pobre meu"."
A secretária insiste em afirmar que o governo nunca gastou tanto no setor social. Em 1993, o gasto social (educação, saúde, Previdência, políticas de emprego e reforma agrária) era de R$ 289,90 por pessoa. Em 1998, o dispêndio do governo com essas áreas subiu para R$ 411,50, segundo ela.
"Acaba-se perguntando por que, com um gasto elevado, a pobreza não se reduz?", diz Wanda Engel. Ela mesmo dá a resposta: "O gasto é disperso e mal focalizado".
A secretária afirma que o Projeto Alvorada, que prevê investimentos nas regiões mais carentes do país, tem por objetivo coordenar melhor os diferentes esforços de combate à pobreza. (AS)



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