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OUTRO LADO
Governo diz que baixar indigência é a prioridade
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Coordenadora do principal
projeto de combate à pobreza
do governo, a secretária de Assistência Social do Ministério
da Previdência, Wanda Engel
Aduan, diz que a prioridade do
governo é reduzir o contingente de miseráveis: "Primeiro é
preciso concentrar esforços para reduzir a indigência, que é
insuportável, e depois eliminar
a pobreza".
A secretária aponta que um
dos principais problemas do
governo ainda é fazer com que
os gastos oficiais cheguem a
quem mais precisa. ""O pobre
mais pobre acaba não recebendo ajuda destinada a ele", afirma Wanda Engel.
A secretária cita como exemplo o funcionamento de creches da Previdência Social.
"Quem consegue colocar o filho na creche são os que têm
amigos políticos e o presidente
da associação de moradores."
De acordo com ela, quem é
realmente necessitado acaba
excluído, pois não sabe nem da
existência da creche.
Outro problema apontado
pela secretária é uma certa disputa entre os que se dedicam
ao combate à pobreza. Ela defende que é preciso traçar uma
estratégia mais coordenada,
que junte os esforços.
"Como se faz para atingir as
metas econômicas", diz a secretária. "Muitos programas
competem entre si. É como se
as pessoas dissessem: "Esse pobre meu"."
A secretária insiste em afirmar que o governo nunca gastou tanto no setor social. Em
1993, o gasto social (educação,
saúde, Previdência, políticas de
emprego e reforma agrária) era
de R$ 289,90 por pessoa. Em
1998, o dispêndio do governo
com essas áreas subiu para R$
411,50, segundo ela.
"Acaba-se perguntando por
que, com um gasto elevado, a
pobreza não se reduz?", diz
Wanda Engel. Ela mesmo dá a
resposta: "O gasto é disperso e
mal focalizado".
A secretária afirma que o
Projeto Alvorada, que prevê investimentos nas regiões mais
carentes do país, tem por objetivo coordenar melhor os diferentes esforços de combate à
pobreza.
(AS)
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