São Paulo, quarta-feira, 09 de outubro de 2002

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MATO GROSSO

Polícia ainda busca suposto mandante de assassinato de dono de jornal

Secretário de Segurança cai após morte de empresário

FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Oito dias após o assassinato do empresário Sávio Brandão, 40, dono do jornal "Folha do Estado", e dois dias depois das eleições, o secretário de Segurança Pública Benedito Corbelino pediu demissão do cargo. O governador de Mato Grosso, Rogério Salles (PSDB), aceitou o pedido, mas até a noite de ontem não havia anunciado o nome do substituto.
A troca de Corbelino teria sido decidida na semana passada, mas foi adiada por causa da campanha eleitoral, na qual a segurança pública foi um dos principais alvos da crítica dos candidatos da oposição ao governo tucano, no poder em Mato Grosso há oito anos.
De pouco serviu o adiamento: o candidato de oposição Blairo Maggi (PPS) se elegeu logo no primeiro turno, desbancando o tucano Antero Paes de Barros. Na última sexta, a Polícia Civil apresentou dois suspeitos de envolvimento no assassinato de Brandão, morto com seis tiros de pistola 9 mm no dia 30 de setembro.
O cabo da Polícia Militar Hércules de Araújo Agostinho, 33, é apontado como o autor dos tiros. A perícia comparou as cápsulas de calibre 9 mm encontradas em sua casa com as achadas no local do crime e concluiu que foram disparadas pela mesma arma.
A polícia afirma que duas testemunhas reconheceram o cabo. Um funcionário da empresa teria visto Agostinho nas imediações da nova sede do jornal, local onde Brandão foi morto, poucos dias antes do crime. Outra testemunha teria afirmado que o viu na hora do crime com uma pistola na mão na garupa de uma moto.
Já o ex-soldado da PM Célio Alves de Souza, 37, teria sido visto na hora do crime dirigindo um Gol branco nas imediações. Ele teria sido o responsável pela "cobertura" dada aos acusados depois do crime.
Ambos negaram envolvimento. A morte de Brandão, atribuída ao crime organizado, levou o governador a pedir ajuda ao Ministério da Justiça, que prometeu o envio de agentes da Polícia Federal para reforçar as investigações.


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