São Paulo, quarta-feira, 09 de outubro de 2002

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BALANÇO ELEITORAL

Das 513 vagas em disputa, 240 ficaram com novos parlamentares; bancada feminina cresce de 32 para 37

Câmara tem índice de renovação de 47%

DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A taxa de renovação da Câmara dos Deputados deve ficar em 46,8%, de acordo com levantamento feito pela Folha a partir de resultados oficiais da apuração dos votos.
Das 513 vagas em disputa na eleição do último domingo, 240 ficaram com candidatos que não estão na Câmara agora. Outras 273 vagas foram asseguradas por deputados que exercem seu mandato e conseguiram se reeleger.
No Senado, houve renovação de 75% das 54 vagas em disputa -mas, no total das 81 vagas, a taxa de renovação será de pouco menos de 50%.
Com isso, menos da metade do novo Congresso será de novos parlamentares.
O cálculo de renovação não leva em conta a bancada que foi eleita em 1998, já que muitos parlamentares mudaram de partido ou se licenciaram para exercer cargos no Executivo.
Numa comparação com anos anteriores, a renovação neste ano é mais alta do que a provocada pela eleição de 1998 (45% de renovação), mas fica bem abaixo do que ocorreu em 1990 (63,82%) e 1994 (55,17%).
O levantamento leva em conta resultados finais divulgados por TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) em 23 Estados. Para São Paulo, Distrito Federal, Sergipe e Tocantins, a Folha calculou a provável bancada, com base nos critérios definidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e com mais de 98% de votos apurados nessas unidades da Federação.

Renovação nos Estados
Quando se olha para as renovações das bancadas estaduais, 14 tiveram taxas de 50% ou mais.
O Acre registrou a maior taxa: sete (87,5%) dos oito deputados federais do Estado não exercem mandato agora. Um dos novos eleitos, Ronivon Santiago (PPB), está, na verdade, de volta ao Congresso. Ele renunciou em 1997 depois de ser acusado de receber R$ 200 mil para votar a favor da emenda da reeleição.
Dos três maiores Estados, o Rio de Janeiro, com 56,5%, foi o único com mais de metade de renovação; São Paulo teve 44,3%, e Minas Gerais, 35,8%.
O Maranhão teve o menor índice de renovação: 33,3%.

Bancada feminina
A bancada feminina na Câmara dos Deputados aumentará em 15% na próxima legislatura. Foram eleitas 37 deputadas -hoje, a Casa tem apenas 32.
No levantamento feito pela Folha, a maioria das mulheres eleitas em 6 de outubro pertence a partidos que hoje fazem oposição ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (19 das 37 deputadas).
O PT elegeu 12 mulheres e será o partido com a maior bancada feminina. O PC do B elegeu outras quatro. Entre os partidos de oposição, o PSB elegeu duas deputadas e o PDT, uma.
Dos partidos que apóiam o governo, o PFL e os PSDB têm a maior bancada feminina: seis deputadas em cada partido. O PMDB elegeu três mulheres.
Outras duas deputadas foram eleitas pelo PTB e pelo PST.

Mais votadas
Apesar de serem minoria entre os 513 parlamentares, mulheres conseguiram obter a maior quantidade de votos entre todos os candidatos a deputado federal em oito dos 27 Estados.
Candidatas conseguiram obter a maior quantidade de votos em Estados conservadores como Amazonas (Vanessa Grazziotin, do PC do B), Tocantins (Kátia Abreu, do PFL), Piauí (Francisca Trindade, do PT), Rio Grande do Norte (Fátima Bezerra, do PT) e Roraima (Maria Helena, do PST).
No Rio de Janeiro, os dois candidatos com maior votação para deputado federal são mulheres: Denise Frossard (PSDB) e Jandira Feghali (PC do B).
(ROBERTO COSSO E RENATO FRANZINI)


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