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BALANÇO ELEITORAL
Das 513 vagas em disputa, 240 ficaram com novos parlamentares; bancada feminina cresce de 32 para 37
Câmara tem índice de renovação de 47%
DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
A taxa de renovação da Câmara
dos Deputados deve ficar em
46,8%, de acordo com levantamento feito pela Folha a partir de
resultados oficiais da apuração
dos votos.
Das 513 vagas em disputa na
eleição do último domingo, 240
ficaram com candidatos que não
estão na Câmara agora. Outras
273 vagas foram asseguradas por
deputados que exercem seu mandato e conseguiram se reeleger.
No Senado, houve renovação de
75% das 54 vagas em disputa
-mas, no total das 81 vagas, a taxa de renovação será de pouco
menos de 50%.
Com isso, menos da metade do
novo Congresso será de novos
parlamentares.
O cálculo de renovação não leva
em conta a bancada que foi eleita
em 1998, já que muitos parlamentares mudaram de partido ou se
licenciaram para exercer cargos
no Executivo.
Numa comparação com anos
anteriores, a renovação neste ano
é mais alta do que a provocada pela eleição de 1998 (45% de renovação), mas fica bem abaixo do que
ocorreu em 1990 (63,82%) e 1994
(55,17%).
O levantamento leva em conta
resultados finais divulgados por
TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) em 23 Estados. Para São
Paulo, Distrito Federal, Sergipe e
Tocantins, a Folha calculou a provável bancada, com base nos critérios definidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e com mais
de 98% de votos apurados nessas
unidades da Federação.
Renovação nos Estados
Quando se olha para as renovações das bancadas estaduais, 14 tiveram taxas de 50% ou mais.
O Acre registrou a maior taxa:
sete (87,5%) dos oito deputados
federais do Estado não exercem
mandato agora. Um dos novos
eleitos, Ronivon Santiago (PPB),
está, na verdade, de volta ao Congresso. Ele renunciou em 1997 depois de ser acusado de receber R$
200 mil para votar a favor da
emenda da reeleição.
Dos três maiores Estados, o Rio
de Janeiro, com 56,5%, foi o único
com mais de metade de renovação; São Paulo teve 44,3%, e Minas Gerais, 35,8%.
O Maranhão teve o menor índice de renovação: 33,3%.
Bancada feminina
A bancada feminina na Câmara
dos Deputados aumentará em
15% na próxima legislatura. Foram eleitas 37 deputadas -hoje,
a Casa tem apenas 32.
No levantamento feito pela Folha, a maioria das mulheres eleitas em 6 de outubro pertence a
partidos que hoje fazem oposição
ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (19 das 37
deputadas).
O PT elegeu 12 mulheres e será o
partido com a maior bancada feminina. O PC do B elegeu outras
quatro. Entre os partidos de oposição, o PSB elegeu duas deputadas e o PDT, uma.
Dos partidos que apóiam o governo, o PFL e os PSDB têm a
maior bancada feminina: seis deputadas em cada partido. O
PMDB elegeu três mulheres.
Outras duas deputadas foram
eleitas pelo PTB e pelo PST.
Mais votadas
Apesar de serem minoria entre
os 513 parlamentares, mulheres
conseguiram obter a maior quantidade de votos entre todos os
candidatos a deputado federal em
oito dos 27 Estados.
Candidatas conseguiram obter
a maior quantidade de votos em
Estados conservadores como
Amazonas (Vanessa Grazziotin,
do PC do B), Tocantins (Kátia
Abreu, do PFL), Piauí (Francisca
Trindade, do PT), Rio Grande do
Norte (Fátima Bezerra, do PT) e
Roraima (Maria Helena, do PST).
No Rio de Janeiro, os dois candidatos com maior votação para
deputado federal são mulheres:
Denise Frossard (PSDB) e Jandira
Feghali (PC do B).
(ROBERTO COSSO E RENATO FRANZINI)
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