FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-ministro do Trabalho Francisco Dornelles (PPB-RJ) se encontrou ontem, em São Paulo, com o presidente licenciado da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, para pedir o apoio da central à candidatura de José Serra (PSDB).
Paulinho disse que vai apoiar Geraldo Alckmin (PSDB) para o governo de São Paulo, no segundo turno, mas que isso não significa que a Força tomou posição oficial a favor de Serra, candidato do mesmo partido. "A tendência é pela liberação do voto, porque a maioria [dos dirigentes sindicais] está brava com o Serra."
Dornelles disse que não veio a São Paulo para pedir voto para o tucano. "Não vim falar de política. Vim para reafirmar o bom relacionamento com a Força Sindical", disse. "Há dois meses, a Corregedoria Geral da União fez solicitação de rotina de informações sobre o dinheiro do FAT [Fundo de Amparo ao Trabalhador]. Não houve nada de errado com o repasse. Venho reiterar a minha admiração pela Força e pelo presidente da Força . O governo deve muito ao Paulinho."
A Folha apurou que o ex-ministro quer que Paulinho retribua no segundo turno o apoio que recebeu durante as investigações da CGU sobre supostas irregularidades na aplicação de recursos do FAT. Em agosto, o Ministério do Trabalho divulgou nota atribuindo possíveis erros no uso da verba recebida pela central a um "procedimento indevido" no sistema de informática. Mesmo afastado do ministério para concorrer ao cargo de deputado federal (RJ), Dornelles articulou o apoio ao sindicalista.
O encontro de ontem causou apreensão no comitê sindical de apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT). É que Paulinho teria se comprometido no início da campanha a apoiar o petista, caso Ciro ficasse fora do segundo turno.



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