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SEGUNDO TURNO
"O importante é que o 13 esteja no resultado final", diz petista, sinalizando a militantes pragmatismo eleitoral
Lula quer voto até de quem é 'contra mudança'
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência, disse
ontem que não colocará veto
ideológico nem fará distinção entre esquerda e direita na hora de
conseguir votos necessários para
vencer no segundo turno.
"Não quero nenhum veto a ninguém, porque na hora que [o voto] aparece no computador do
TSE [Tribunal Superior Eleitoral],
não tem perfil ideológico, classe
social, nada. Está lá apenas o 13
[número do PT], o 13 que faz bem
a este país, sendo voto de direita
ou voto de esquerda. O que é importante é que o 13 esteja lá no resultado final", declarou, durante
discurso feito a militantes em São
Bernardo do Campo (SP).
O petista vinha dizendo, desde
antes do primeiro turno, que queria o voto de todos os eleitores do
Brasil e que não recusaria voto de
ninguém. Ontem, ele voltou a explicitar esse ponto.
"Tendo 16 anos de idade, título
de eleitor, gostando ou não do PT,
gostando ou não do meu programa e tendo a obrigação de ir a
uma urna digitar um número,
quero que digite 13", disse.
Os petistas estão dedicando esta
semana a contatos políticos para
ampliar a base de Lula na disputa
contra José Serra (PSDB). Além
de conversas com Ciro Gomes
(PPS) e Anthony Garotinho
(PSB), líderes conservadores como os senadores eleitos pelo PFL
Roseana Sarney (MA) e Antônio
Carlos Magalhães (BA) poderão
ser procurados.
No mesmo discurso, Lula convocou a militância a continuar
trabalhando e defendeu que o
partido adote um discurso diferenciado para atingir eleitores que
não optaram por sua candidatura
no primeiro turno.
Sem especificar exatamente o
que queria dizer, o petista afirmou que é necessário um "discurso mais seletivo, mais dirigido".
"O que precisamos, além da
campanha já feita, é ter um discurso mais seletivo, tentando
convencer os eleitores indecisos e
aqueles que ainda não votaram
em nós a votar", declarou.
Para explicar melhor, usou uma
metáfora de pescaria: "Quando a
gente começa [a campanha], tem
de pegar voto com tarrafa, mas, à
medida que vai crescendo, passa a
buscar voto com anzol. É um processo mais seletivo."
Essa busca, segundo ele, tem de
ser feita com critérios "científicos", usando mapas eleitorais disponíveis para saber onde estão os
eleitores que não votaram no PT.
Aliança
Dirigindo-se a José Genoino,
candidato do PT ao governo paulista, que havia dito que iria atrás
de todos os eleitores desejosos de
mudança, Lula afirmou, entre risadas: "Eu estou querendo voto
até de quem não quer mudança".
Lula declarou que, nas conversas que vem mantendo com outros partidos, "não se discute necessariamente participação no
governo". "No segundo turno,
você não pode usar a palavra
aliança, porque os acordos já foram feitos. O que você pode é na
verdade receber apoio", disse.
Ele deu como exemplo o apoio
que o partido deu ao tucano Mário Covas no segundo turno da
eleição de 1998, contra Paulo Maluf (PPB).
Anteontem, Lula havia declarado que a participação no governo
estaria "na mesa", durante as conversas com outros partidos.
O petista disse ainda que deverá
viajar por 14 Estados durante a
campanha para o segundo turno.
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