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Serra se afasta de aliados 'incômodos'
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entre os aliados de José Serra
(PSDB) para o segundo turno da
eleição presidencial, o governador dos Distrito Federal, Joaquim
Roriz (PMDB), representa a
maior dor de cabeça para a campanha do presidenciável tucano.
Mas pode não ser a única.
Com a reeleição praticamente
garantida no primeiro turno, a
candidatura de Roriz quase derreteu após uma série de denúncias
nas quais o governador foi acusado de cumplicidade com a grilagem de terras no Distrito Federal.
Enquanto Roriz navegava índices que garantiriam sua reeleição
no primeiro turno, Serra tentou se
aproveitar da popularidade do
governador. Adiantou pouco: o
tucano teve 16,8% dos votos válidos e ficou atrás de Anthony Garotinho (PSB), com 18,2%, e de
Lula (PT), que venceu com 49,1%.
Agora, o mais provável é que
Serra mantenha uma prudente
distância de Roriz, como em geral
costuma fazer com aliados que se
tornam incômodos para ele.
Foi assim, por exemplo, com o
deputado federal Márcio Fortes
(RJ), secretário-geral do PSDB,
que no início da campanha foi
acusado de supostos atos de espionagem contra adversários do
tucano. Fortes ficou como tesoureiro oficial da campanha, mas
saiu da linha de frente.
Mais atrás, Serra se afastara de
Jader Barbalho (PA), que renunciou à Presidência do Senado sob
a ameaça de cassação, com quem
havia costurado a aliança PSDB-PMDB para a eleição. Agora, Jader deve apoiar o PT no Pará.
Outro articulador da candidatura Serra no PMDB também recolheu-se aos bastidores: Eliseu Padilha (RS), reeleito deputado no
Rio Grande do Sul, que deixou o
Ministério dos Transportes sob
uma série de denúncias.
Outro aliado fiel de Serra no
PMDB, o líder na Câmara Geddel
Vieira Lima (BA) é um alvo em
potencial por causa da disputa regional: é a vítima preferida de denúncias de corrupção do senador
eleito Antonio Carlos Magalhães.
No arrastão de apoios para o segundo turno, Serra pode ficar
também com o PTB, tido como
um dos partidos mais fisiológicos
do Congresso. Mas é pouco provável que seu presidente, José
Carlos Martinez (PR), alvo de ataques tucanos na primeira etapa da
eleição, seja fotografado ao lado
do candidato tucano.
Deputados federais como Roberto Jefferson (PTB-PR), cujo
passado de chefe da tropa de choque de Fernando Collor de Mello
à época do impeachment nunca é
esquecido, também devem se reaproximar discretamente.
Mas o senador Renan Calheiros
(PMDB-AL) parece ter se redimido de seu passado collorido na
campanha tucana por ter ajudado
a derrotar no ex-presidente na
eleição ao governo de Alagoas.
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