São Paulo, quarta-feira, 09 de outubro de 2002

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Lula agora tenta atrair setores do PFL

DA REPORTAGEM LOCAL

A estratégia petista para vencer no segundo turno inclui a formação de uma rede de apoios a Luiz Inácio Lula da Silva em setores conservadores. São prioridades do PT neste momento acenos desde aos bispos da Igreja Universal do Reino de Deus -que controlam parte do PL- ao malufismo, passando por setores do PFL.
Apesar de filiados ao PL, partido que tem a vaga de vice na chapa de Lula, os integrantes da Universal fizeram campanha para Anthony Garotinho (PSB) no primeiro turno. Lideranças como o deputado federal bispo Carlos Rodrigues (SP) e o senador eleito bispo Marcelo Crivella (RJ) já declararam apoio a Lula.
No PFL, os petistas buscam principalmente consolidar o apoio já prometido da senadora eleita Roseana Sarney (MA) e de seus aliados regionais. Entre eles, o senador eleito Edison Lobão e o atual governador, José Reinaldo Tavares, que foi reeleito.
Também pode haver um contato de Lula com o senador Antônio Carlos Magalhães (BA), que também recomendou abertamente o voto em Lula em entrevista ontem à TV Bahia. ACM tem o apoio do governador eleito, Paulo Souto, e de outros dois senadores.
Já na seara malufista, o partido faz uma operação delicada. Por um lado, Lula tem interesse em entrar no eleitorado do ex-prefeito, mas tomando o cuidado de guardar uma distância segura dele, dada sua rivalidade histórica com o PT. Haverá moderação nas críticas de Lula e do próprio José Genoino, candidato ao governo de São Paulo, a Maluf. Apoios como o do deputado federal Delfim Netto (PPB-SP) a Lula são vistos com bons olhos pelo partido.

Peemedebistas polêmicos
Figuras polêmicas do PMDB estão também entre as alianças preferenciais do partido de Lula neste momento. Já estão garantidos os apoios do ex-presidente e atual senador José Sarney (AP) e do ex-governador paulista Orestes Quércia, que acabou de ser derrotado na disputa para o Senado.
O partido conta também com o ex-governador do Piauí Mão Santa, que se elegeu senador. Cassado por abuso de poder econômico no ano passado, ele deu apoio importante ao candidato do PT ao governo do Estado, Wellington Dias, que se elegeu no primeiro turno, derrotando o PFL.
Os lulistas também não reclamariam de uma declaração de voto do ex-presidente do Senado Jader Barbalho, que foi eleito deputado federal pelo Pará. Jader, que foi obrigado a renunciar devido a acusações de fraude na extinta Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), está sendo procurado pelo PT local, que passou para o segundo turno, mas ainda não definiu posição.


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