São Paulo, quarta-feira, 09 de outubro de 2002

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RIO GRANDE DO SUL

Objetivo é mostrar candidato mais capaz de dialogar

PT decide exibir diferenças entre Tarso e Olívio

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O PT gaúcho decidiu ontem que vai explicitar as divergências entre seu candidato no segundo turno estadual, Tarso Genro, e o governador Olívio Dutra, também do partido. O PT, que governa o Estado desde 1998, ficou em segundo lugar no domingo.
O partido tem no Rio Grande do Sul uma de suas bases mais dividas em correntes internas. Tarso só foi escolhido candidato após derrotar Olívio, cujo governo enfrentava uma série de acusações, em prévias concorridas.
A reunião de ontem começou às 14h e reuniu cerca de 150 pessoas em assembléia. Ficou decidido que Tarso irá se apresentar como um candidato mais capaz de dialogar com as forças políticas do Estado do que foi Olívio. Uma das maiores críticas ao governador foi o fato de ele ter permitido a ruptura de sua base de apoio, perdendo peso na Assembléia Legislativa e, consequentemente, a possibilidade de negociar bem a aprovação de projetos do Executivo.
Facilitaria a Tarso, caso ganhasse, o fato de a bancada governista ter passado de 12 deputados (11 do PT e uma do PC do B) para 14 (13 do PT e uma do PC do B), além de dois do PSB, aliado regional que estava sem deputados.
Um dos focos dessa nova postura será tentar recuperar o apoio do PDT no Estado, que terá sete deputados estaduais. Hoje deverá haver a primeira conversa com o presidente nacional do partido, Leonel Brizola. De todo modo, o petista não faria maioria na Assembléia, que tem 55 cadeiras.
A resistência maior na reunião esteve com a DS (Democracia Socialista), do vice-governador Miguel Rossetto, que concorre para o mesmo cargo na chapa de Tarso. A DS, facção majoritária no Estado, quer mais visibilidade para as conquistas do governo.
A reivindicação deverá ser atendida, mas as autocríticas sobre os quatro anos de governo também terão seu espaço.
""Queremos unir o partido. O governo de Olívio foi muito bom, mas operou com dificuldades, inclusive em razão de um forte cerco político ao qual foi submetido. Não entro em pormenores quanto a posições de tendências, mas queremos o melhor para todo o PT e para o Estado", disse José Eduardo Utzig, coordenador da campanha de Tarso.
Tarso não deu entrevistas ontem, mas já havia deixado claro dois pontos que mudariam em relação ao governo Olívio: o ""governo mais amplo" e uma alteração na política macroeconômica, uma vez que o governador é acusado por adversários de afugentar empresas grandes do Estado.
Olívio, no discurso oficial, concorda com a tese de que haverá avanços com Tarso. Diz que ""colocou as estacas" e que já fizera isso na primeira administração petista em Porto Alegre. Quem o sucedeu na prefeitura foi o próprio Tarso, em 1992.
Nenhum dos dois lidera facções majoritárias no PT, mas são os nomes fortes do partido no Estado. Tarso pertence ao grupo Rede, e Olívio é independente.

Bernardi com Rigotto
Vencedor do primeiro turno com 41,17%, contra 37,25% de Tarso, Germano Rigotto (PMDB), recebeu ontem apoio de Celso Bernardi, candidato do PPB que ficou em quarto lugar com 6,2% dos votos.
O apoio já era esperado. Rigotto também conta com a declaração de voto e apoio de Antônio Britto, ex-governador que chegou a liderar a disputa pelo PPS, mas que acabou em terceiro lugar na corrida do primeiro turno, com 12,3%.


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