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RIO GRANDE DO SUL
Objetivo é mostrar candidato mais capaz de dialogar
PT decide exibir diferenças entre Tarso e Olívio
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O PT gaúcho decidiu ontem
que vai explicitar as divergências
entre seu candidato no segundo
turno estadual, Tarso Genro, e o
governador Olívio Dutra, também do partido. O PT, que governa o Estado desde 1998, ficou em
segundo lugar no domingo.
O partido tem no Rio Grande do
Sul uma de suas bases mais dividas em correntes internas. Tarso
só foi escolhido candidato após
derrotar Olívio, cujo governo enfrentava uma série de acusações,
em prévias concorridas.
A reunião de ontem começou às
14h e reuniu cerca de 150 pessoas
em assembléia. Ficou decidido
que Tarso irá se apresentar como
um candidato mais capaz de dialogar com as forças políticas do
Estado do que foi Olívio. Uma das
maiores críticas ao governador foi
o fato de ele ter permitido a ruptura de sua base de apoio, perdendo
peso na Assembléia Legislativa e,
consequentemente, a possibilidade de negociar bem a aprovação
de projetos do Executivo.
Facilitaria a Tarso, caso ganhasse, o fato de a bancada governista
ter passado de 12 deputados (11
do PT e uma do PC do B) para 14
(13 do PT e uma do PC do B),
além de dois do PSB, aliado regional que estava sem deputados.
Um dos focos dessa nova postura será tentar recuperar o apoio
do PDT no Estado, que terá sete
deputados estaduais. Hoje deverá
haver a primeira conversa com o
presidente nacional do partido,
Leonel Brizola. De todo modo, o
petista não faria maioria na Assembléia, que tem 55 cadeiras.
A resistência maior na reunião
esteve com a DS (Democracia Socialista), do vice-governador Miguel Rossetto, que concorre para
o mesmo cargo na chapa de Tarso. A DS, facção majoritária no
Estado, quer mais visibilidade para as conquistas do governo.
A reivindicação deverá ser atendida, mas as autocríticas sobre os
quatro anos de governo também
terão seu espaço.
""Queremos unir o partido. O
governo de Olívio foi muito bom,
mas operou com dificuldades, inclusive em razão de um forte cerco político ao qual foi submetido.
Não entro em pormenores quanto a posições de tendências, mas
queremos o melhor para todo o
PT e para o Estado", disse José
Eduardo Utzig, coordenador da
campanha de Tarso.
Tarso não deu entrevistas ontem, mas já havia deixado claro
dois pontos que mudariam em relação ao governo Olívio: o ""governo mais amplo" e uma alteração
na política macroeconômica,
uma vez que o governador é acusado por adversários de afugentar
empresas grandes do Estado.
Olívio, no discurso oficial, concorda com a tese de que haverá
avanços com Tarso. Diz que ""colocou as estacas" e que já fizera isso na primeira administração petista em Porto Alegre. Quem o sucedeu na prefeitura foi o próprio
Tarso, em 1992.
Nenhum dos dois lidera facções
majoritárias no PT, mas são os
nomes fortes do partido no Estado. Tarso pertence ao grupo Rede, e Olívio é independente.
Bernardi com Rigotto
Vencedor do primeiro turno
com 41,17%, contra 37,25% de
Tarso, Germano Rigotto
(PMDB), recebeu ontem apoio de
Celso Bernardi, candidato do PPB
que ficou em quarto lugar com
6,2% dos votos.
O apoio já era esperado. Rigotto
também conta com a declaração
de voto e apoio de Antônio Britto,
ex-governador que chegou a liderar a disputa pelo PPS, mas que
acabou em terceiro lugar na corrida do primeiro turno, com 12,3%.
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