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São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003

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PAINEL

Operação antivexame
O Planalto vai passar a monitorar com mais rigor as viagens internacionais dos ministros, após o passeio religioso de Benedita da Silva (Assistência Social) pela Argentina com verba pública. Antes de liberá-las, cobrará informações detalhadas sobre a agenda, o objetivo e a despesa.

Velha rotina
Até o caso Benedita, as autorizações de viagens externas cumpriam um trâmite protocolar. Bastava ao ministro enviar ofício solicitando autorização para deixar o país em razão de determinado evento. Que, como no caso da ministra, ninguém sequer se dava ao trabalho de lê-lo.

Os sem-passaporte
O governo federal já se prepara para responder a processos de cidadãos, com viagens marcadas, que sofreram prejuízos em decorrência de atraso na emissão de passaportes. Com a penúria financeira da Polícia Federal, houve falta de papel para a confecção dos documentos.

Política de resultados
O PFL reclama que, por falta de aval da União, o Rio ainda não pôde sacar os US$ 60 mi disponibilizados por um banco japonês para a despoluição da lagoa de Jacarepaguá. O processo estaria parado desde o início do ano. O motivo seria político: a cidade é administrada pela oposição (Cesar Maia, do PFL).

Bandeira branca
João Paulo (Câmara) deu um maço de cravos vermelhos a Aloizio Mercadante, com quem estava estremecido. Constrangido, o senador não quis enfrentar os jornalistas que se amontoavam na porta do gabinete. Saiu sem as flores e pediu que um assessor as buscasse mais tarde.

Fôlego renovado
A CPI do Banestado deverá ser prorrogada por mais 180 dias. Está bem adiantada a coleta das assinaturas mínimas necessárias (um terço do Congresso).

Sem ficar vermelho
Luiz Otávio, acusado por desvio de recurso público, foi chamado ontem pelo colega João Alberto de "futuro ministro" do TCU, em audiência na Casa. Foi um constrangimento só. A deferência ocorreu justamente em reunião da Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, da qual Alberto é vice-presidente.

Ranking cultural
O Rio de Janeiro é o campeão nacional de roubo e furto de obras de arte no país, com 525 peças procuradas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Minas Gerais é o segundo (174 peças) e a Bahia, o terceiro (83).

Questão de delicadeza
Crítico de primeira hora do Estatuto do Desarmamento, o deputado Jair Bolsonaro (PTB-RJ), militar reformado, afixou na porta de seu gabinete um cartaz com a seguinte mensagem: "O otário que quiser entregar sua arma, faça-o aqui".

Contra a corrente
Airton Roveda, suplente de José Carlos Martinez (PTB-PR), filiou-se ao PMDB dias antes da morte do titular. Agora, é pressionado a se refiliar ao PTB para tomar posse como deputado.

Secretaria extensiva
Uma vez por semana, Luiz Fernando Delazari, secretário da Segurança Pública de Roberto Requião, passará a despachar fora do seu gabinete usual, nas cidades com os maiores índices de violência do Paraná. Começará por Londrina.

Chão de fábrica
Torneiro mecânico formado pelo Senai, Lula pediu ao Itamaraty que inclua na viagem à África visita a um centro de formação profissional: uma "cazenga", em Luanda (Angola), projeto de US$ 300 mil que conta com financiamento brasileiro.

TIROTEIO

Da petista Tita Dias, vereadora em São Paulo, sobre a tucana Zulaiê Cobra Ribeiro (PSDB) dizer que Marta Suplicy está tão apaixonada que acabou abandonando a cidade de São Paulo de uma vez:
-As que não sabem amar que me perdoem, mas amor é fundamental. Muito me admira uma mulher usar argumentos machistas, principalmente para criticar outra mulher.

CONTRAPONTO

Bênção final

Por causa das divergências entre a oposição e os partidos aliados do Planalto, a votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados e de suas emendas estendeu-se por dias.
O texto-base foi aprovado em 4 de setembro. Mas sobraram 20 emendas, que só foram apreciadas no dia 17, numa votação que varou a madrugada.
Por volta das três da manhã, extenuados, os deputados ansiavam pelo fim da sessão.
Mas alguns parlamentares ainda insistiam em discutir temas que já haviam sido debatidos diversas vezes.
Um dos últimos inscritos a falar era o deputado Luiz Couto (PT-PB), padre e professor.
Assim que ele pegou o microfone, algum deputado gritou do fundo do plenário:
-Padre, dê a extrema-unção desta sessão!
Recado entendido, Luiz Couto falou por apenas um minuto.


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