São Paulo, domingo, 09 de outubro de 2005

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UTRO LADO

Diretor afirma que convites estão suspensos e contratos, sob análise

DA SUCURSAL DO RIO

Embora afirme que os casos citados como superfaturamento sejam, na verdade, divergências no modo de calcular custos indiretos e tributos, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, disse que todos os convites de licitações às empresas envolvidas no relatório do TCU estão suspensos até que se apurem as supostas irregularidades. Além disso, os contratos antigos com tais firmas estão sob análise.
De acordo com Estrella, há no TCU divergências quanto à forma de computar os impostos. Ele afirmou ainda que acordos coletivos e uma parcela referente à periculosidade elevam os encargos trabalhistas da companhia, um dos pontos questionados pelos técnicos do TCU.
Estrella disse que já foram instaladas duas comissões para averiguar os problemas identificados, com o objetivo de apurar "responsabilidades pessoais na condução dos processos licitatórios".
O resultados, diz, "servirão de base para futuras medidas administrativas e disciplinares". A estatal, de acordo com o diretor, também está identificando problemas "em procedimentos de gestão e fiscalização dos contratos" e já decidiu alterar os procedimentos de licitações da Unidade de Negócios da Bahia.

Empresas
A GDK afirmou, em nota, que o relatório é apenas "uma opinião preliminar" e que "não se trata de um julgamento definitivo". Informou ainda que não há superfaturamento em seus contratos. Utiliza o mesmo argumento da Petrobras: "O que ocorre são divergências conceituais entre as empresas e TCU". A empresa afirma também que "vem sendo alvo de notícias que procuram associar a sua atuação profissional a expedientes ilícitos".
A Tenace também diz que não houve "sobrepreço nos orçamentos analisados pelo TCU" e que "jamais se beneficiou" de interferência política ou pessoal em seus negócios com a Petrobras. A companhia afirma que já remeteu sua defesa ao TCU.
Segundo a Tenace, o problema com os impostos decorre do formato do formulário da licitação, que leva a relacionar custos diretos na rúbrica de custos indiretos.
A Selco informou que nunca teve nenhum contato com funcionários da Petrobras fora dos padrões normais de uma relação comercial. E disse que está trabalhando para enviar para o Tribunal de Contas toda a documentação solicitada.
A Alves Barreto afirmou que "já prestou todos os esclarecimentos necessários e respondeu a todas as questões ao TCU e à Petrobras", demonstrando "tudo através de planilhas e documentos".
A Construterra informou apenas que encaminhou todos os esclarecimentos solicitados ao Tribunal de Contas. A Montril informou que o responsável estava em viagem e que só ele poderia responder em nome da empresa.
Procuradas, nem a Seiaut nem a AP Consultoria se manifestaram até a conclusão desta edição.

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