São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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ELEIÇÕES 2008

Lula irá apenas aonde houver disputa entre base e oposição

PMDB diz que apelo visa manter base unida na crise

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os ministros do PMDB foram ao Planalto apelar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que não entre em "bola dividida" participando de campanhas onde peemedebistas enfrentam o PT. Hélio Costa (Comunicações) e Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), além do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), foram a reunião do conselho político na qual foi feita análise do cenário eleitoral.
A crise econômica foi usada como argumento pelos ministros para convencer Lula de que ele precisará ter uma base unida para enfrentar oscilações no mercado financeiro e que sua presença onde disputam dois candidatos da base pode repercutir no Congresso. "Com a crise, o presidente não vai desagregar a base", disse Geddel.
Depois de ouvir ponderações dos ministros, a coordenação decidiu que Lula só deverá ir a cidades onde a base disputa contra a oposição. Ele foi aconselhado a não ir a Salvador, Belo Horizonte, Porto Alegre e Manaus. Mas evitou se comprometer, dizendo que avaliará o quadro eleitoral. No PMDB, porém, a impressão que ficou é que ele irá apenas a São Paulo, onde Marta Suplicy (PT) enfrenta Gilberto Kassab (DEM).
Na capital baiana e em BH, todos concordam que a participação de Lula só prejudicaria as relações partidárias. O candidato do PMDB na capital mineira, Leonardo Quintão, que ontem foi à reunião do partido na Câmara, disse que também não deve usar ministros.
Já a ida a Porto Alegre virou um cabo de guerra. De um lado, o ministro Tarso Genro (Justiça), a direção do PT, e o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, tentam convencê-lo a ajudar Maria do Rosário. De outro, o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) e Geddel apelam para que ele ignore a capital gaúcha, para evitar atritos com o PMDB local. O apelo dos peemedebistas seria reforçado em jantar ontem à noite no Alvorada.
Lula descartou ir a Salvador, mas incumbiu Dilma Rousseff (Casa Civil) de representá-lo e disse que pediria ao governador Jaques Wagner empenho na campanha de Walter Pinheiro. (SIMONE IGLESIAS, ANDREZA MATAIS, FERNANDA ODILLA E ADRIANO CEOLIN)


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