São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / NATAL

Prefeita eleita de Natal critica o presidente

Micarla diz que população rejeitou o "clube privê" que apoiou candidata petista e reafirma aliança com o DEM

SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Filiada ao PV, partido da base de Lula, a prefeita eleita de Natal, Micarla de Souza, 38, disse que já tem a pergunta que fará a ele ao encontrá-lo: "Se uma jornalista não pode ser prefeita, por que um torneiro mecânico pode ser presidente?"
Em Natal, Lula subiu no palanque de Fátima para criticar Micarla e seu principal aliado, o senador José Agripino Maia (DEM). Jornalista, Micarla herdou do pai, o ex-senador Carlos Alberto, que morreu em 1998, uma empresa de comunicação. Antes de se tornar política, era âncora da emissora. Disputou sua primeira eleição em 2004, convencida pela governadora Wilma Faria (PSB), que, de amiga, virou adversária.

 

FOLHA - A sra. disse na campanha que votou em Lula e que o admirava. Essa visão mudou depois dos ataques a sua candidatura?
MICARLA DE SOUZA
- Não esperava que ele viesse a Natal me fazer críticas pessoais. O presidente não me conhece e falou sobre meu caráter, minha profissão e sobre meu pai que faleceu há dez anos. Mas nós vamos nos conhecer e eu vou apertar a mão dele e perguntar: se uma jornalista não pode ser prefeita, por que um torneiro mecânico pode ser presidente?

FOLHA - Lula disse que "não basta ter TV para ganhar eleição, é preciso honradez e caráter". Também atacou seu pai, chamando-o de "populista que distribuía cadeira de roda".
MICARLA
- Foi uma avaliação fora de contexto, além de ter agredido alguém que não está aqui para se defender. Machucou muito, até porque o presidente não conheceu meu pai.

FOLHA - Por que a sra. não teve apoio de Lula, de Wilma e do senador Garibaldi Alves (PMDB-RN)?
MICARLA
- O povo de Natal resolveu ir contra essa manobra. De repente, esses líderes, com a desculpa de dizer "vamos unir os partidos aliados ao presidente Lula", fizeram um acordo, formaram uma espécie de "clube privê" esquecendo que PV, PTB, PMN, PR e PP também são da base governista.

FOLHA - A sra. entrou na política ligada a Wilma. Esperava seu apoio?
MICARLA
- Sim, porque sempre fui sua aliada. Mas infelizmente o PSB optou por fazer um acordo com PT e PMDB.

FOLHA - A sra. foi criticada pelo apoio do senador José Agripino. Que influência ele terá no seu governo?
MICARLA
- É amigo pessoal e um homem íntegro. Claro que irá participar do meu governo.


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