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ELEIÇÕES 2008 / BALANÇO
Eleição muda partidos líderes em 11 Estados
Após o primeiro turno, PMDB faz o maior número de prefeitos em 14 Estados; PSDB vem a seguir, com hegemonia em quatro
Em seis casos, a oposição passou o bastão para a base aliada; o contrário ocorreu somente em Roraima, onde tucanos são os novos líderes
ALAN GRIPP
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No reequilíbrio de forças
após o primeiro turno das eleições, 11 dos 26 Estados têm novos "donos", quando considerados o total de municípios governados. Em seis casos, um
partido de oposição passou o
bastão para um da base aliada.
O contrário só aconteceu uma
vez, em Roraima, onde o PSDB
assumiu a liderança.
O PMDB é o grande protagonista dessas trocas de guarda.
Em 14 Estados, o partido conquistou a hegemonia em número de prefeituras a serem governadas a partir de 1º de janeiro de 2009. Em 2004, havia feito o maior número de prefeitos
em apenas cinco Estados.
Dos 14 Estados onde tem
mais municípios, em seis a sigla
também controla o governo estadual. No Mato Grosso do Sul,
arrematou a capital, Campo
Grande, com a eleição de Nelson Trad. O mesmo pode acontecer no Rio, em caso de vitória
de Eduardo Paes, e em Santa
Catarina, se Dário Berger vencer em Florianópolis.
O peso com o qual o PMDB
sai das urnas o credencia no
processo de escolha dos candidatos da eleição de 2010. Antes
mesmo da eleição, o presidente
Lula já manifestara a aliados o
desejo de ter um peemedebista
na chapa do PT à Presidência.
Parte desse domínio do
PMDB foi conquistado antes
mesmo das votações, na base
da cooptação de prefeitos de
outras agremiações. O partido
entrou no domingo à frente em
número de municípios em 12
Estados, segundo dados da
Confederação Nacional de Municípios. Ou seja, sem precisar
ir às urnas, o PMDB já havia virado o jogo em sete Estados.
Um caso emblemático é a Bahia, onde o PMDB tinha apenas
20 prefeituras em 2004. Sob o
comando do ministro Geddel
Vieira Lima (Integração Nacional), que vem se consolidando
como herdeiro do carlismo no
Estado, o partido entrou nas
eleições com 57 municípios e
saiu delas com 114.
O grande derrotado na Bahia
é o DEM, que praticamente
trocou de posição com o PMDB
-os prefeitos democratas eram
153 em 2004; agora são 43.
Considerando todos os Estados, o DEM sofreu o maior revés. Em 2004, tinha o maior
número de municípios em seis
Estados e agora não domina
nenhum. Por isso, a vitória de
Gilberto Kassab em São Paulo
tornou-se questão de honra -e
de sobrevivência política.
O PSDB terá quatro Estados
sob sua hegemonia -melhor
desempenho entre os partidos
de oposição. Nesta eleição, roubou a liderança do PMDB em
Roraima, onde aumentou o número de prefeitos de dois para
oito. Também manteve a dianteira em São Paulo, Minas e
Ceará, embora tenha perdido
terreno nos três casos (ao todo,
obteve 43 prefeitos a menos).
PT, PDT e PP comandarão a
teia municipal em dois Estados
cada. Os petistas garantiram a
dianteira no Acre e, junto com o
PMDB e o PDT, no Amapá.
Outra mudança ocorreu em
Goiás, onde o PMDB retomou o
controle. Venceu 56 cidades,
incluindo a capital Goiânia, 14 a
mais do que governa hoje.
Em Pernambuco, o DEM havia feito o maior número de
prefeitos em 2004 e hoje. Domingo, o quadro mudou. O PSB
do governador Eduardo Campos mais do que dobrou o número de prefeitos (de 21 hoje
para 49), seguido do PTB e do
PR, ambos com 30 prefeituras
cada. O PTB é liderado no Estado pelo ministro José Múcio
(Relações Institucionais), que
se manteve fora da campanha
em Recife, mas se dedicou em
eleger prefeitos em pequenas e
médias cidades do Estado.
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