São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / BALANÇO

Eleição muda partidos líderes em 11 Estados

Após o primeiro turno, PMDB faz o maior número de prefeitos em 14 Estados; PSDB vem a seguir, com hegemonia em quatro

Em seis casos, a oposição passou o bastão para a base aliada; o contrário ocorreu somente em Roraima, onde tucanos são os novos líderes


ALAN GRIPP
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No reequilíbrio de forças após o primeiro turno das eleições, 11 dos 26 Estados têm novos "donos", quando considerados o total de municípios governados. Em seis casos, um partido de oposição passou o bastão para um da base aliada. O contrário só aconteceu uma vez, em Roraima, onde o PSDB assumiu a liderança.
O PMDB é o grande protagonista dessas trocas de guarda. Em 14 Estados, o partido conquistou a hegemonia em número de prefeituras a serem governadas a partir de 1º de janeiro de 2009. Em 2004, havia feito o maior número de prefeitos em apenas cinco Estados.
Dos 14 Estados onde tem mais municípios, em seis a sigla também controla o governo estadual. No Mato Grosso do Sul, arrematou a capital, Campo Grande, com a eleição de Nelson Trad. O mesmo pode acontecer no Rio, em caso de vitória de Eduardo Paes, e em Santa Catarina, se Dário Berger vencer em Florianópolis.
O peso com o qual o PMDB sai das urnas o credencia no processo de escolha dos candidatos da eleição de 2010. Antes mesmo da eleição, o presidente Lula já manifestara a aliados o desejo de ter um peemedebista na chapa do PT à Presidência.
Parte desse domínio do PMDB foi conquistado antes mesmo das votações, na base da cooptação de prefeitos de outras agremiações. O partido entrou no domingo à frente em número de municípios em 12 Estados, segundo dados da Confederação Nacional de Municípios. Ou seja, sem precisar ir às urnas, o PMDB já havia virado o jogo em sete Estados.
Um caso emblemático é a Bahia, onde o PMDB tinha apenas 20 prefeituras em 2004. Sob o comando do ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), que vem se consolidando como herdeiro do carlismo no Estado, o partido entrou nas eleições com 57 municípios e saiu delas com 114.
O grande derrotado na Bahia é o DEM, que praticamente trocou de posição com o PMDB -os prefeitos democratas eram 153 em 2004; agora são 43.
Considerando todos os Estados, o DEM sofreu o maior revés. Em 2004, tinha o maior número de municípios em seis Estados e agora não domina nenhum. Por isso, a vitória de Gilberto Kassab em São Paulo tornou-se questão de honra -e de sobrevivência política.
O PSDB terá quatro Estados sob sua hegemonia -melhor desempenho entre os partidos de oposição. Nesta eleição, roubou a liderança do PMDB em Roraima, onde aumentou o número de prefeitos de dois para oito. Também manteve a dianteira em São Paulo, Minas e Ceará, embora tenha perdido terreno nos três casos (ao todo, obteve 43 prefeitos a menos).
PT, PDT e PP comandarão a teia municipal em dois Estados cada. Os petistas garantiram a dianteira no Acre e, junto com o PMDB e o PDT, no Amapá.
Outra mudança ocorreu em Goiás, onde o PMDB retomou o controle. Venceu 56 cidades, incluindo a capital Goiânia, 14 a mais do que governa hoje.
Em Pernambuco, o DEM havia feito o maior número de prefeitos em 2004 e hoje. Domingo, o quadro mudou. O PSB do governador Eduardo Campos mais do que dobrou o número de prefeitos (de 21 hoje para 49), seguido do PTB e do PR, ambos com 30 prefeituras cada. O PTB é liderado no Estado pelo ministro José Múcio (Relações Institucionais), que se manteve fora da campanha em Recife, mas se dedicou em eleger prefeitos em pequenas e médias cidades do Estado.


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