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JUSTIÇA
Juízes pretendem fazer greve para receber aumento, diz associação
Conselho apóia decisão do
STJ de reajustar salários
da Sucursal de Brasília
O Conselho da Justiça Federal
referendou ontem, por unanimidade, o ato do presidente do STJ
(Superior Tribunal de Justiça), Pádua Ribeiro, que pretendia aumentar os salários de seus colegas
e de cerca de 600 juízes.
A manifestação do conselho não
tem validade legal, mesmo porque
continua em vigor a liminar concedida pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Octavio
Gallotti, que suspendeu o aumento determinado por Pádua Ribeiro. Funciona apenas como respaldo político para o ato de Pádua Ribeiro.
O Conselho da Justiça Federal é
formado por cinco ministros do
STJ, incluindo o presidente, e cinco juízes dos TRFs (Tribunais Regionais Federais).
Ontem, em sessão extraordinária do plenário do STJ, os 26 ministros presentes declararam
apoio a Pádua Ribeiro.
Antecipação
O ministro Pádua Ribeiro se antecipou à fixação do teto salarial
do funcionalismo público, previsto na emenda da reforma administrativa, promulgada no dia 5 de junho último.
O teto salarial será definido em
lei a ser proposta pelos presidentes
da República, do STF, da Câmara
e do Senado. Deverá ser igual ao
maior salário pago a ministro do
Supremo.
Pádua Ribeiro definiu o aumento para os juízes federais utilizando como teto o salário de R$
10.800, ganho por cinco dos 11 ministros do STF. Três ministros recebem menos do que isso, e outros
três ganham R$ 12.720.
Pádua Ribeiro disse que pretende "atuar junto aos poderes para
tentar encontrar solução para os
problemas que afligem a Justiça
Federal". Ele disse que, por questões salariais, os advogados não
querem ser juízes.
Greve
O presidente da Associação dos
Juízes Federais, Tourinho Neto,
disse que há uma ala de juízes que
quer entrar em greve para fazer
protesto contra a demora para receber o aumento.
"Eles querem fazer uma paralisação parcial, deixando de julgar
somente as ações de interesse do
governo, mas apreciando as dos
cidadãos", disse Neto.
Hoje, a Associação dos Juízes Federais fará uma assembléia no Rio
de Janeiro com 250 de seus 700 integrantes para decidir se irá entrar
com um mandado de injunção
contra os presidentes da República, do Senado, da Câmara e do
STF (Supremo Tribunal Federal),
para obrigá-los a estabelecer o teto
salarial do funcionalismo público.
"Eles estão sendo omissos", disse
Neto.
O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, disse anteontem que não há nenhuma previsão de quando será a reunião para definir o teto.
Ontem à noite, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, entrou no Supremo Tribunal
Federal com uma ação direta de
inconstitucionalidade contra o
aumento salarial que o TST (Tribunal Superior do Trabalho) autorizou para seus ministros e para
os juízes que atuam na Justiça do
Trabalho.
Brindeiro também entrou com
uma reclamação contra o Conselho da Justiça Federal, por ter referendado um ato que já havia sido
suspenso por uma liminar do Supremo.
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