São Paulo, quinta-feira, 09 de novembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

AMAPÁ
Fran Júnior comandou a votação que afastou governador Capiberibe
TJ afasta presidente da Assembléia

ELIANE SILVA
DA AGÊNCIA FOLHA

O presidente da Assembléia Legislativa do Amapá, Fran Soares Júnior (PMDB), foi afastado ontem do cargo por 30 dias pelo Tribunal de Justiça. Entre outras irregularidades, o deputado é acusado de desviar dinheiro público para construir uma pista de pouso em sua fazenda.
Há 22 dias, Fran Júnior comandou a votação polêmica que afastou João Alberto Capiberibe (PSB) do cargo de governador. Ele nega todas as irregularidades.
A decisão do desembargador Carmo Antônio de Souza, deferindo agravo de instrumento impetrado pelo Ministério Público, coloca o Estado na situação de ausência simultânea dos chefes do Executivo e do Legislativo.
No caso do governador, o afastamento não ocorre de fato porque Capiberibe considerou a decisão um golpe e permaneceu à frente do Executivo.
Já Fran Júnior, inimigo declarado do governador, se afastou ontem mesmo, mas deixou a Assembléia com dois presidentes.
O deputado Alexandre Torrinha, primeiro vice-presidente e aliado político do governador, alega que é o presidente legal e moral. Ele tem o apoio de outros dez parlamentares.
Jorge Salomão, do PFL, segundo vice e aliado de Fran Júnior, também se nomeia presidente com o apoio de 14 deputados. À tarde, Salomão presidiu sessão extraordinária tumultuada que definiu a reeleição de Fran Júnior para presidente da Mesa por mais dois anos. A oposição diz que essa eleição não é válida.
A disputa pela presidência é motivada pelo fato de Fran Júnior ter declarado vago o cargo de primeiro vice na semana passada, depois que Torrinha foi expulso de seu partido, o PDT, pelo diretório municipal.
A expulsão ocorreu justamente porque o deputado não votou pelo afastamento de Capiberibe. Torrinha entrou com recurso alegando que não teve direito de se defender.
"O Amapá está vivendo uma sucessão de golpes políticos motivados por questões pessoais que está paralisando a máquina administrativa do Estado. É o caos", disse Torrinha, enquanto fazia vigília na sala da presidência pela manhã. Além do afastamento de Capiberibe e da sua expulsão do PDT, Torrinha classifica como golpe a antecipação da eleição da Mesa da Assembléia.
Em Brasília, Capiberibe comemorou o afastamento de seu rival.


Texto Anterior: Presidente do BC diz desconhecer irregularidade
Próximo Texto: Celso Pinto: As restrições para além de 2002
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.