DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Mário Covas (PSDB-SP) defendeu a candidatura do tucano Aécio Neves (MG) a presidente da Câmara, lançada ontem pelo PSDB.
"A coisa mais legítima é o partido querer ter o presidente da Câmara. O partido tem a maior bancada", afirmou o governador.
O apoio de Covas estava sendo aguardada por Aécio, como forma de fortalecer a sua candidatura para enfrentar pressões dos aliados e do próprio Palácio do Planalto para que ele desista em nome da unidade da base.
A candidatura de Aécio enfrenta resistência de setores do governo, que temem o desajuste da base aliada, pois o PFL também tem candidato -o líder Inocêncio Oliveira (PE).
Os dois partidos disputam a posição de maior bancada na Câmara. Segundo registro da Secretaria Geral da Mesa, o PSDB tem 104 deputados e o PFL, 103.
O ministro Pimenta da Veiga (Comunicações) também manifestou apoio à decisão do PSDB de disputar a presidência da Câmara. "É absolutamente legítimo postular a presidência da Câmara", disse Pimenta ao receber o governador ontem no hangar da Líder, empresa de táxi aéreo.
Segundo Covas, que esteve em Brasília para tratar de recursos orçamentários para São Paulo, a candidatura de Aécio não ameaça a base aliada a Fernando Henrique Cardoso. "Se for de outro partido, a base fica boa? Só fica ruim se for do PSDB?", disse.

FHC
O governador afirmou que o presidente pode participar das negociações para eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, mas os aliados não devem transferir a ele o poder de decisão.
"O Congresso perde autonomia. O presidente deve participar para conciliar interesses e não para dizer quem é ou não candidato", argumentou. Setores do PFL pediram a FHC para intervir e tirar Aécio da disputa.
O lançamento da candidatura de Aécio faz parte de um acordo com o PMDB, que reivindica a presidência do Senado. O candidato do PMDB é Jader Barbalho (PA), inimigo político do atual presidente da Casa, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).
"Não há nada consolidado. Existe uma intenção de vários partidos", disse Aécio, depois do lançamento da candidatura.

Marta
Covas, afirmou em São Paulo, antes de ir a Brasília, que é contra qualquer participação do PSDB no governo de Marta Suplicy (PT). O governador disse que a oposição que os tucanos devem manter na Câmara Municipal será igual à que o PT mantém na Assembléia Legislativa.
"Eu tenho um bom professor nisso. Tenho a oposição que o PT me faz na Assembléia Legislativa. Se eu fizer igual, eu estou fazendo aquela que o PT gosta", disse o governador Mário Covas.
Na segunda-feira, a executiva do partido já havia decidido não participar do governo.


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