|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
foco
STJ "rejulga" caso e decide manter na prisão doleiro já libertado pela Justiça
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O (STJ) Superior Tribunal
de Justiça decidiu que o doleiro Najun Turner deveria
permanecer na prisão, sem
perceber que o personagem
da chamada "Operação Uruguai" -tentativa de evitar o
impeachment do ex-presidente Fernando Collor de
Mello, em 1992- já estava
solto desde julho, por determinação da Justiça.
O desencontro de decisões
é atribuído à profusão de habeas corpus pedidos nos tribunais. Turner cumpria pena de dez anos de prisão na
penitenciária "Cabo PM
Marcelo Pires da Silva", na
cidade de Itaí (SP), denunciado por crime contra o sistema financeiro nacional.
Nem o Tribunal Regional
Federal da 3ª Região, com
sede em São Paulo, percebeu
que ele obtivera redução da
pena para três anos e três
meses, conseguindo deixar a
prisão -quando o réu condenado pela Justiça Federal
obtém liberdade, a decisão é
expedida à vara estadual onde está sediado o presídio.
No final de agosto, a desembargadora Vesna Kolmar, do TRF-3, determinou
que o doleiro tomasse conhecimento do resultado
desfavorável de um dos muitos habeas corpus que ele
impetrara naquele tribunal.
No dia 29 de agosto, o oficial de Justiça encarregado
de cumprir a ordem certificou que deixara de intimar
Turner, "em virtude de o
mesmo ter sido colocado em
liberdade em 30.07.2008".
Em 2004, o TRF-3 reformou sentença do então juiz
federal João Carlos da Rocha
Mattos, que absolvera o doleiro, seu amigo. O tribunal
regional condenou-o, então,
a dez anos de reclusão em regime fechado.
A prisão só ocorreu em
2005. Ele estava foragido e
vivia em cinco endereços diferentes no país. Em um dos
depoimentos, a ex-mulher
de Rocha Mattos, Norma Regina, comentou que o doleiro
costumava levar o filho do
casal ao clube A Hebraica,
em São Paulo. A procuradora
regional da República Ana
Lúcia Amaral obteve a confirmação de que Turner era
sócio do clube, que forneceu
ao MPF o seu endereço.
Às 6h15 do dia 31 de março
de 2005, o uruguaio foi preso
em seu apartamento, sem
oferecer resistência. À tarde,
a Polícia Federal apresentou
Turner à imprensa, mas não
sabia explicar como o doleiro
havia sido localizado.
Texto Anterior: Janio de Freitas: A volta do mesmo Próximo Texto: Ministérios do PT recebem mais verbas Índice
|