São Paulo, segunda-feira, 09 de dezembro de 2002

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PAINEL

Provisão reduzida
O Orçamento de 2003 reserva para o Fundo de Combate à Pobreza R$ 4 bilhões a menos do que prevê a Constituição. Estão destinados para o fundo R$ 4,5 bilhões. Pela lei, o total deveria ser de R$ 8,5 bilhões, segundo a consultoria técnica da Comissão de Orçamento do Congresso.

Sem compensação
Pela Constituição, o fundo teria parte da arrecadação da CPMF e mais R$ 4 bilhões de privatizações. Não tendo havido privatização neste ano, o governo compensaria os R$ 4 bi. Mas, para 2003, estão destinados apenas os recursos da CPMF.

Letra da lei
O fundo da pobreza financia o Bolsa-Escola e deve ser usado pelo PT no combate à fome. O Planejamento alega problemas na redação da lei. O governo só complementaria se a arrecadação da parcela da CPMF não atingisse os R$ 4 bi. A Comissão de Orçamento contesta.

Sinal dos tempos
ACM foi a Juazeiro (BA) na sexta inaugurar a orla fluvial do rio São Francisco. Foi recebido com festa pelo prefeito Joseph Bandeira (PT), antigo desafeto.

Hora de desengavetar
Romero Jucá (PSDB-RR), líder do governo no Senado, apresentou pedidos de urgência para 15 projetos. Defendidos pelo PT, foram arquivadas pelo governo antes da vitória de Lula.

Olho gordo
O PTB não se conforma. O PPS, com 15 deputados federais eleitos, tem vaga quase garantida no ministério de Lula. Com a próxima incorporação do PSD, serão 31 parlamentares na Câmara, mais de 5% dos votos exigidos pela cláusula de barreira, que limitará a ação dos pequenos partidos a partir de 2006.

Bancada engorda
O PPS espera ampliar sua bancada federal com pelo menos mais 10 adesões antes da posse do novo Congresso. Elas virão do PMDB, PSDB e PFL.


A toque de caixa
A Secretaria de Desenvolvimento Urbano liberou desde outubro R$ 384 milhões em emendas parlamentares. O valor equivale a 54% dos R$ 706 milhões que foram pagos neste ano inteiro pela secretaria.

Concentração urbana
Parlamentares de Goiás, Estado do secretário Ovídio de Ângelis, foram os mais favorecidos pelas emendas da Pasta de Desenvolvimento Urbano, com R$ 91 milhões (13% do total). Rio de Janeiro recebeu R$ 74 mi, Santa Catarina, 50 mi, e SP, R$ 48 mi.

Cultivo próprio
Amir Lando (PMDB-RO) sonha ser ministro da Reforma Agrária. Propôs que o partido crie comissão, comandada por ele, para negociar com Lula a participação no governo.

União arriscada
Caciques petebistas dizem que, se o PTB não tiver ministérios no governo Lula e o PDT conseguir uma indicação, ficará ameaçada a fusão das legendas, programada para este ano. ""Seríamos engolidos por eles", avaliam dirigentes petebistas.

Tarde demais
Setores do PPS ligados à saúde preparavam documento para a cúpula do partido pedindo a indicação do ex-deputado Sérgio Arouca para o Ministério da Saúde. O indicado da sigla para o ministério de Lula é Ciro Gomes, tido como ministro certo.

Longo alcance
Dirigentes do PPS comemoravam a provável escolha de Ciro Gomes para o Ministério da Integração Nacional, que poderá servir de trampolim para uma nova candidatura presidencial.

Malas prontas
O governador José Ignácio (PTN-ES), que escapou de um processo de impeachment, avisou que passará seis meses nos EUA após deixar o cargo.

TIROTEIO

Do deputado federal reeleito Doutor Rosinha (PT-PR), sobre o Ministério da Cultura, comandado pelo ex-petista Francisco Weffort, ser a pasta com menos recursos no Orçamento:
- A Cultura é o ministério com o menor prestígio. FHC imaginou que, como já traiu o PT, o Weffort também poderia traí-lo. Por isso, o deixou sem dinheiro para nada.

CONTRAPONTO

Déficit financeiro

O jornalista Ricardo Kotscho, futuro secretário de Imprensa de Lula no Palácio do Planalto, encontrou-se na semana passada em Brasília com Ana Tavares, que ocupa o mesmo cargo no governo FHC.
Ana mostrou as instalações do Planalto, a sala que irá ocupar e falou sobre a rotina do trabalho. Quando revelou o salário que ganhava, Kotscho se assustou:
- É metade do que eu ganhei na campanha. Que já era metade do que eu ganhava antes, na iniciativa privada.
Em São Paulo, Kotscho discutiu com sua mulher despesas que cortariam para se adequar à nova realidade financeira. Decidiram reduzir os gastos no sítio.
Disseram ao caseiro que seu filho e seu genro, que trabalhavam com ele, seriam demitidos. Surpreso, o caseiro desabafou:
- Eu, hein? Agora que o senhor foi para o governo, eu tinha certeza de que ia ficar rico...



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