São Paulo, segunda-feira, 09 de dezembro de 2002

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PT convida executivos dos principais bancos e indústrias presentes no Brasil para jantar amanhã com o presidente eleito

Crise faz Lula procurar banqueiros dos EUA

MARCIO AITH
DE WASHINGTON

O PT solicitou à embaixada em Washington que os executivos dos principais bancos e indústrias americanos com presença no Brasil fossem convidados ao jantar oferecido amanhã pelo embaixador Rubens Barbosa ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de demonstrar apreço e interesse de Lula por empréstimos e investimentos privados no Brasil, os convites servem para compensar o fato de o presidente eleito ter excluído Wall Street, em Nova York, de sua viagem aos Estados Unidos, que começa oficialmente amanhã e restringe-se a cidade de Washington.
Os convites foram feitos e (a maioria) aceitos. Como resultado, o evento estará repleto de personalidades do mundo financeiro e industrial cujos interesses pautarão boa parte da relação EUA-Brasil durante o governo petista.
Dos executivos de bancos convidados pelo PT, confirmaram presença Charles Gifford, presidente do Fleet Boston Financial Corporation, Bob Hormat, vice-presidente da Goldman Sachs, e William Rhodes, vice-presidente do Citigroup. Será a primeira oportunidade de Lula e de seus assessores de manifestar apelo em favor do restabelecimento das linhas de crédito para empresas brasileiras.
O Citigroup e o Fleet Boston são os bancos americanos com maior exposição ao Brasil. Em agosto passado, eles comprometeram-se informalmente a manter seus níveis de negócios ao país. No entanto, admitiram, em seus mais recentes balanços apresentados à SEC -a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) americana, terem desde então reduzido suas operações no país.
Quanto ao setor industrial americano, foram convidados para o jantar, entre outros, Alain Belda, presidente da Alcoa, Thomas Pickering, vice-presidente sênior da Boeing, Ernst Haberli, presidente de operações internacionais da Gillette, e Angela Hoffman, executiva da Wall Mart.
O partido convidou também Lally Weymouth, repórter da revista Newsweek e do jornal Washington Post. A presença de Weymouth é considerada relevante pelos petistas para a construção e manutenção de uma boa imagem de Lula nos círculos de poder em Washington.
Além de ter feito uma entrevista com Lula logo depois do segundo turno, a repórter é filha (e herdeira) de Katharine Graham, dona e executiva do "Washington Post", que comandou o diário durante o escândalo de Watergate. Graham morreu em 2001, aos 84 anos.
A lista de convidados do PT limitou-se a executivos do setor privado e nomes como o reverendo Jesse Jackson e o senador democrata Christopher Dodd.
As autoridades americanas foram convidadas pela embaixada. Entre os confirmados para a recepção estão: John Maisto, assessor sênior do Conselho de Segurança da Casa Branca, Glenn Hubbard, presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, Keneth Dam, subsecretário do Tesouro, Peter Allgeier, vice-negociador de Comércio, e Richard Haass, chefe de planejamento político do Departamento de Estado.
Entre os convidados que não poderão comparecer ao jantar estão Bill Gates, fundador da Microsoft, e Condoleezza Rice, principal conselheira do presidente George W. Bush para segurança nacional.



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