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PT convida executivos dos principais bancos e indústrias presentes no Brasil para jantar amanhã com o presidente eleito
Crise faz Lula procurar banqueiros dos EUA
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
O PT solicitou à embaixada em
Washington que os executivos
dos principais bancos e indústrias
americanos com presença no Brasil fossem convidados ao jantar
oferecido amanhã pelo embaixador Rubens Barbosa ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de demonstrar apreço e
interesse de Lula por empréstimos e investimentos privados no
Brasil, os convites servem para
compensar o fato de o presidente
eleito ter excluído Wall Street, em
Nova York, de sua viagem aos Estados Unidos, que começa oficialmente amanhã e restringe-se a cidade de Washington.
Os convites foram feitos e (a
maioria) aceitos. Como resultado,
o evento estará repleto de personalidades do mundo financeiro e
industrial cujos interesses pautarão boa parte da relação EUA-Brasil durante o governo petista.
Dos executivos de bancos convidados pelo PT, confirmaram
presença Charles Gifford, presidente do Fleet Boston Financial
Corporation, Bob Hormat, vice-presidente da Goldman Sachs, e
William Rhodes, vice-presidente
do Citigroup. Será a primeira
oportunidade de Lula e de seus
assessores de manifestar apelo em
favor do restabelecimento das linhas de crédito para empresas
brasileiras.
O Citigroup e o Fleet Boston são
os bancos americanos com maior
exposição ao Brasil. Em agosto
passado, eles comprometeram-se
informalmente a manter seus níveis de negócios ao país. No entanto, admitiram, em seus mais
recentes balanços apresentados à
SEC -a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) americana, terem desde então reduzido suas
operações no país.
Quanto ao setor industrial americano, foram convidados para o
jantar, entre outros, Alain Belda,
presidente da Alcoa, Thomas Pickering, vice-presidente sênior da
Boeing, Ernst Haberli, presidente
de operações internacionais da
Gillette, e Angela Hoffman, executiva da Wall Mart.
O partido convidou também
Lally Weymouth, repórter da revista Newsweek e do jornal Washington Post. A presença de Weymouth é considerada relevante
pelos petistas para a construção e
manutenção de uma boa imagem
de Lula nos círculos de poder em
Washington.
Além de ter feito uma entrevista
com Lula logo depois do segundo
turno, a repórter é filha (e herdeira) de Katharine Graham, dona e
executiva do "Washington Post",
que comandou o diário durante o
escândalo de Watergate. Graham
morreu em 2001, aos 84 anos.
A lista de convidados do PT limitou-se a executivos do setor
privado e nomes como o reverendo Jesse Jackson e o senador democrata Christopher Dodd.
As autoridades americanas foram convidadas pela embaixada.
Entre os confirmados para a recepção estão: John Maisto, assessor sênior do Conselho de Segurança da Casa Branca, Glenn
Hubbard, presidente do Conselho
de Assessores Econômicos da Casa Branca, Keneth Dam, subsecretário do Tesouro, Peter Allgeier,
vice-negociador de Comércio, e
Richard Haass, chefe de planejamento político do Departamento
de Estado.
Entre os convidados que não
poderão comparecer ao jantar estão Bill Gates, fundador da Microsoft, e Condoleezza Rice, principal conselheira do presidente
George W. Bush para segurança
nacional.
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