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CASO SANTO ANDRÉ
Ministério Público denunciou irmão de acusado na última sexta, junto com o empresário Sérgio Gomes da Silva
Bando protegeu 7º suspeito, diz Promotoria
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os acusados da morte de Celso
Daniel (PT) teriam feito um acordo para proteger um sétimo integrante da quadrilha que teria participado do sequestro do prefeito.
Ele estaria em um terceiro carro
usado na ação. Segundo o Ministério Público, sua participação
descarta a tese de que o grupo estava atrás de um empresário, que
escapou, e reforça a suspeita de
que Daniel foi seguido desde que
saiu do restaurante com o empresário Sérgio Gomes da Silva.
José Erivan Aleixo da Silva, irmão de José Edison da Silva
-um dos seis acusados de sequestrar Daniel-, não está na
primeira denúncia que originou o
processo que tramita no Fórum
de Itapecerica da Serra (Grande
São Paulo). A denúncia também
fala em apenas dois veículos usados no sequestro do prefeito.
Sua suposta participação foi
descoberta pelos promotores de
Santo André, e ele foi denunciado
pelo assassinato na última sexta-feira, junto com Gomes da Silva.
Segundo o promotor José Reinaldo Carneiro, José Erivan foi
protegido para dar apoio à quadrilha fora da cadeia. O próprio
José Erivan contou aos promotores que foi chamado pelo seu irmão na prisão após o crime ter sido supostamente esclarecido.
José Edison teria pedido ao irmão apoio a Elcyd de Oliveira Brito, o John, então foragido. John
foi preso em setembro de 2002, na
casa de José Erivan, em SP. José
Erivan foi acusado na ocasião por
porte ilegal de arma e está preso.
Outros suspeitos confirmaram
a participação de José Erivan. No
dia do sequestro de Daniel, em 18
de janeiro de 2002, ele dirigia um
outro veículo e levou o irmão até o
conjunto habitacional Cingapura,
na avenida Dr. Ricardo Jafet, onde
estava o restante do grupo.
De acordo com Carneiro, isso
foi comprovado por meio da quebra do sigilo telefônico de membros da quadrilha e familiares. Na
versão dada à polícia, José Edison
disse que o alvo era um empresário da Ceagesp (central de abastecimento do Estado) que dirigia
uma picape Dakota vermelha. José Edison disse que seguiu o empresário com seu próprio carro,
mas ele escapou. Depois, o grupo
teria escolhido como alvo um carro importado: a Pajero onde estavam Daniel e Gomes da Silva.
"A participação de José Erivan
mostra que o outro empresário
nunca existiu. José Edison foi direto onde estava o grupo e de lá
eles partiram para sequestrar o
prefeito", afirmou o promotor.
Para o Ministério Público, José
Erivan acompanhou o grupo em
um terceiro carro, que deu cobertura ao Santana e à Blazer que fizeram a abordagem. Esse carro
pode ser o Monza de José Edison.
Três testemunhas do local do
sequestro disseram, no inquérito
inicial do DHPP (Departamento
de Homicídios e Proteção à Pessoa), que viram três veículos na
abordagem e que o terceiro carro
poderia ser um Golf ou um Gol.
Os acusados ouvidos no inquérito policial não foram questionados sobre a possibilidade de um
terceiro veículo.
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