UOL

São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CASO SANTO ANDRÉ

Ministério Público denunciou irmão de acusado na última sexta, junto com o empresário Sérgio Gomes da Silva

Bando protegeu 7º suspeito, diz Promotoria

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os acusados da morte de Celso Daniel (PT) teriam feito um acordo para proteger um sétimo integrante da quadrilha que teria participado do sequestro do prefeito. Ele estaria em um terceiro carro usado na ação. Segundo o Ministério Público, sua participação descarta a tese de que o grupo estava atrás de um empresário, que escapou, e reforça a suspeita de que Daniel foi seguido desde que saiu do restaurante com o empresário Sérgio Gomes da Silva.
José Erivan Aleixo da Silva, irmão de José Edison da Silva -um dos seis acusados de sequestrar Daniel-, não está na primeira denúncia que originou o processo que tramita no Fórum de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo). A denúncia também fala em apenas dois veículos usados no sequestro do prefeito.
Sua suposta participação foi descoberta pelos promotores de Santo André, e ele foi denunciado pelo assassinato na última sexta-feira, junto com Gomes da Silva.
Segundo o promotor José Reinaldo Carneiro, José Erivan foi protegido para dar apoio à quadrilha fora da cadeia. O próprio José Erivan contou aos promotores que foi chamado pelo seu irmão na prisão após o crime ter sido supostamente esclarecido.
José Edison teria pedido ao irmão apoio a Elcyd de Oliveira Brito, o John, então foragido. John foi preso em setembro de 2002, na casa de José Erivan, em SP. José Erivan foi acusado na ocasião por porte ilegal de arma e está preso.
Outros suspeitos confirmaram a participação de José Erivan. No dia do sequestro de Daniel, em 18 de janeiro de 2002, ele dirigia um outro veículo e levou o irmão até o conjunto habitacional Cingapura, na avenida Dr. Ricardo Jafet, onde estava o restante do grupo.
De acordo com Carneiro, isso foi comprovado por meio da quebra do sigilo telefônico de membros da quadrilha e familiares. Na versão dada à polícia, José Edison disse que o alvo era um empresário da Ceagesp (central de abastecimento do Estado) que dirigia uma picape Dakota vermelha. José Edison disse que seguiu o empresário com seu próprio carro, mas ele escapou. Depois, o grupo teria escolhido como alvo um carro importado: a Pajero onde estavam Daniel e Gomes da Silva.
"A participação de José Erivan mostra que o outro empresário nunca existiu. José Edison foi direto onde estava o grupo e de lá eles partiram para sequestrar o prefeito", afirmou o promotor.
Para o Ministério Público, José Erivan acompanhou o grupo em um terceiro carro, que deu cobertura ao Santana e à Blazer que fizeram a abordagem. Esse carro pode ser o Monza de José Edison.
Três testemunhas do local do sequestro disseram, no inquérito inicial do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que viram três veículos na abordagem e que o terceiro carro poderia ser um Golf ou um Gol.
Os acusados ouvidos no inquérito policial não foram questionados sobre a possibilidade de um terceiro veículo.


Texto Anterior: No Rio, PT terá Nizan à frente da campanha
Próximo Texto: Denunciados já alteraram seus depoimentos
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.