São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2004

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PAINEL

Ensino fundamental
Encerrado o encontro em que a ala oposicionista do PMDB condicionou o adiamento da convenção de domingo à entrega dos cargos do partido no governo, desafetos de Renan Calheiros recomendavam que o senador volte ao curso de política 1: não se convoca reunião que não se sabe como vai terminar.

Linha ocupada
O nervosismo do Planalto com o curso tomado na reunião da Executiva Nacional do PMDB pôde ser medido por seguidos telefonemas recebidos pelos governistas durante as discussões. E por gente graúda chamada às pressas ao palácio para falar com Lula.

Qual viúva?
Em seu "solo" na reunião do PMDB, Geddel Vieira Lima achou por bem discutir o título de "viúva de FHC" que insistem em lhe dar. Lembrou que o ministro do ex-presidente foi Renan, hoje empenhado no entendimento com Lula como passaporte para presidir o Senado.

Me engana...
Outro ponto alto do barraco peemedebista se deu quando Eduardo Alves (RN) fez defesa da conservação dos cargos na administração Lula sob o argumento de que o partido estaria participando "da elaboração das políticas do governo".

...que eu gosto
Ao que Eliseu Padilha (RS), apontando para Amir Lando, respondeu: "Mas como? Não foi o próprio ministro aqui ao lado quem disse ser uma "rainha da Inglaterra'? O titular da Previdência ficou vermelho, alisou os cabelos e não disse palavra.

Onde está Eunício?
Quando o caldo começou a entornar para os governistas na reunião do PMDB, Eunício Oliveira desapareceu. O ministro das Comunicações achou melhor procurar abrigo e recorrer ao celular para obter de aliados as últimas notícias do massacre.

Como em Brasília
Fogo amigo não é exclusividade do governo Lula. Tudo indica ser tucana a paternidade do movimento para derrubar a anunciada indicação de Claudio Lottenberg para a Secretaria da Saúde do prefeito eleito José Serra.

Vai que é sua
Presidente nacional do PL e aliado de Lula, Valdemar Costa Neto deu sinal verde para o partido negociar com Serra: "A bancada está liberada". O PSDB pensa no ex-judoca Aurélio Miguel, vereador eleito pelo partido, para a pasta do Esporte.

Fora da toca
De Campos Machado, líder do PTB que, em público, adotou a neutralidade na disputa eleitoral paulistana: "Pela governabilidade, recomendo à nossa bancada na Câmara o apoio ao Serra".

Máximo empenho
A base de Marta Suplicy na Câmara reunirá esforços para votar hoje o projeto de redução de 5% para 2% da alíquota de ISS, o principal imposto municipal, para casas de corretagem, câmbio e valores mobiliários.

Sem explicação
O projeto da prefeita tramita em regime de urgência, tem dois artigos e nenhuma justificativa. À revelia da Lei de Responsabilidade Fiscal, não esclarece o impacto da renúncia nas finanças.

Ovos de ouro
Alvo da cobiça dos aliados de Geraldo Alckmin, a Secretaria da Habitação terá nada menos que R$ 1 bi para a construção de moradias em 2005, quase 20% do total de investimentos do Orçamento do governador tucano.

Visita à Folha
Jonas Barcellos Corrêa Filho, presidente e sócio-majoritário do Grupo Brasif, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Ney Figueiredo, diretor da Cepac Pesquisa & Comunicação.

TIROTEIO

Do deputado tucano Alberto Goldman (SP) sobre a viagem de Marta Suplicy a Milão, onde a prefeita participou da reinauguração do Teatro alla Scala:
-Enquanto a prefeita assistia ao "gran finale" da reconstrução do teatro, os paulistanos acompanhavam mais um ato da desconstrução dos serviços da cidade. É uma ópera "buffa".

CONTRAPONTO

Saúde bucal

Com as votações paradas no Congresso pela obstrução dos partidos e por dezenas de medidas provisórias que trancavam a pauta, alguns projetos acabaram praticamente ignorados pelos deputados na semana passada.
Entre esses textos, um se refere a agentes comunitários, categoria que recentemente esteve na Câmara para pressionar os deputados a votá-lo. Na Casa, o grupo primeiro procurou o petista baiano Walter Pinheiro.
Ele instruiu os agentes a telefonar para deputados do PSDB e do PFL, naquele momento os que mais obstruíam a pauta. Passado algum tempo, os reclamantes voltaram a Pinheiro:
-O que está havendo que está todo mundo doente?
Surpreso, o petista pediu explicação. Um deles disse:
-Ligamos para os gabinetes e todos responderam que o deputado estava obturando. Problema nos dentes?


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