São Paulo, Segunda-feira, 10 de Janeiro de 2000


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CPI do Narcotráfico ouvirá traficante

da Sucursal do Rio

Testemunhas-chaves nas investigações da CPI do Narcotráfico devem ser ouvidas hoje: Alda Inês dos Anjos Oliveira, ex-namorada do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e o traficante Walter Gomes de Carvalho Filho, o Valtinho.
Alda Inês será ouvida no fórum de Duque de Caxias (município da Baixada Fluminense), no processo que apura o funcionamento da quadrilha de Beira-Mar.
Em seu primeiro depoimento ao Ministério Público, Alda contou ser a tesoureira do grupo e deu detalhes do refino de drogas e da lavagem de dinheiro.
Posteriormente, afirmou que fora coagida a assinar o depoimento. Hoje vai apresentar sua defesa em juízo. Alda também já foi ouvida pela CPI, num depoimento irônico, que deixou os deputados sem respostas.
O outro depoimento está relacionado a uma investigação da CPI sobre um de seus integrantes, o deputado federal Wanderley Martins (PFL).
O deputado é investigado em dois inquéritos em trânsito na Procuradoria Geral da República.
No primeiro, Martins é acusado de corrupção passiva por ter recebido, em 1992, um depósito bancário no valor de US$ 2 mil do doleiro libanês Elias Kanaan, investigado sob acusação de tráfico de armas. O nome de Martins apareceu numa agenda apreendida na agência do doleiro no Rio.
O outro inquérito apura uma suposta relação entre ele o traficante Valtinho. O deputado e o traficante foram filmados juntos na inauguração de um comitê de Martins em 1997. Martins afirma que não sabia quem ele era.
A CPI criou uma subcomissão para apurar o que há de verdade nas acusações. Com o depoimento de Valtinho, a CPI quer esclarecer o caso. O próprio Martins será chamado a depor.
"Temos que investigar tudo a fundo para não fazer julgamentos antecipados e sem provas", disse o deputado Paulo Baltazar, um dos responsáveis pela investigação a respeito do colega parlamentar. Segundo ele, a CPI ainda não sabe se ouvirá Valtinho no presídio de Bangu 1, onde ele cumpre pena, ou na sede da Polícia Federal, no centro do Rio.


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