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UNIÃO X ESTADOS
Tinoco, do Rio, defende formação de grupo para pressionar governo
Secretário pede revisão de Lei Fiscal
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário de Fazenda do Rio,
Mário Tinoco, defendeu ontem
mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal para que Estados em
dificuldades financeiras possam
renegociar dívidas com a União.
Ele disse que procurará outros secretários de Fazenda para tentar
formar um grupo para pressionar
o governo a mudar a lei.
"Para fazer isso [renegociar a dívida", é preciso alterar a Lei de
Responsabilidade Fiscal. Eu acho
que isso vai ocorrer, não tenho
dúvidas, porque, não só o Rio,
mas quase todos os Estados que
assinaram seus contratos não têm
mais condições de bancar o serviço da dívida nas condições pactuadas anteriormente", disse.
Segundo Tinoco, a idéia é "articular" com os outros secretários
"um posicionamento dos Estados
quanto à renegociação da dívida e
à reforma tributária".
Hoje, porém, a necessidade
principal do governo do Rio é
buscar uma solução para a crise
financeira, diz o secretário. O Estado teve R$ 86 milhões da arrecadação do ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços) bloqueados semana passada por falta de pagamento de duas
parcelas da dívida com a União.
O dinheiro foi desbloqueado
por uma liminar do STF (Supremo Tribunal Federal).
O Estado alega precisar dos R$
86 milhões para pagar a folha de
dezembro dos servidores. A AGU
(Advocacia Geral União) recorreu, argumentando que a arrecadação do ICMS do Rio seria de R$
946 milhões, dinheiro suficiente
para pagar o funcionalismo e as
duas parcelas vencidas.
Anteontem, o ministro Ilmar
Galvão, relator do processo no
STF, deu prazo de cinco dias para
que o governo do Rio conteste o
recurso da AGU.
Tinoco disse que ainda não recebeu o pedido do STF, mas que a
argumentação da União está "inteiramente equivocada porque o
governo incluiu no cálculo do
ICMS uma série de parcelas que
estão estão comprometidas com
outros pagamentos".
Apesar da disputa, o Estado do
Rio pretende negociar com a
União uma solução para o problema, afirmou Tinoco. Ele não
adiantou o que o Rio poderá oferecer em troca.
A governadora Rosinha Matheus (PSB) deu uma pista, ao dizer que o governo federal deve R$
100 milhões à Cedae (Companhia
Estadual de Águas e Esgotos), referentes a contas de água não pagas de seus prédios no Estado.
"Essa dívida poderá entrar na
negociação", afirmou Rosinha.
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