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PROPINODUTO
Ministério Público considerou ilegal transferência deles para Maceió
Empresários presos voltam para o RJ
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
Os empresários de futebol Reinaldo Pitta e Alexandre Martins,
condenados por suposta participação no caso do "propinoduto",
foram transferidos ontem de um
presídio de Maceió para um do
Rio. O Ministério Público Federal
considera a transferência para
Maceió ilegal, porque descumpriu uma decisão judicial, e abriu
inquérito para investigar o caso.
O procurador Gino Liccione
quer saber quem autorizou a medida e pedirá que a Justiça Federal
obrigue os responsáveis a ressarcir as despesas. Os custos incluem
a viagem dos presos, dos cinco
policiais federais que os escoltaram e a hospedagem dos policiais.
Para Liccione, a transferência do
Rio para Maceió foi ilegal "porque
não foi autorizada pela autoridade competente", o juiz da 3ª Vara
Federal no Rio, Lafredo Lisboa.
Procuradores de jogadores de
futebol, Pitta e Martins foram
condenados a 11 anos de prisão
sob acusação de serem doleiros
do "propinoduto" -o suposto
esquema de corrupção de fiscais e
auditores do Rio, que teria desviado pelo menos US$ 33,4 milhões
para a Suíça. O Ministério Público
Suíço concluiu que os valores desviados - hoje bloqueados- chegam a US$ 41 milhões.
Em 31 de outubro, 22 envolvidos foram condenados pela Justiça Federal. Pitta e Martins - presos entre junho e setembro-, tiveram a prisão decretada novamente no último dia 16. Foram
transferidos para Maceió em 20
de dezembro, depois de alegar
que corriam risco de morte no
presídio Ary Franco (zona norte).
Lisboa já havia negado a transferência. Liccione disse que, em
ofício enviado à Justiça Federal, a
PF afirmou não ter documentação para justificar a transferência
para Maceió. "O ofício diz que as
negociações foram verbais".
O diretor da PF, Paulo Lacerda,
disse que desconhecia os impedimentos para a transferência e investigará o caso.
Pitta e Martins chegaram ao Rio
às 19h. Fizeram exame no Instituto Médico Legal e de lá seguiriam
para o presídio Ary Franco.
O juiz Lisboa disse ontem que
interrogará de novo os presos para saber se eles sabiam de um suposto plano para matá-lo, divulgado pelo preso Fabiano Oliveira
da Costa, em entrevista à revista
"Isto É", em dezembro. Ele esteve
preso com Pitta e Martins. O inquérito foi aberto nesta semana
pela PF.
Colaborou FABIANA CIMIERI, da Sucursal do Rio
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