Depois de assegurar o apoio do PMDB na disputa pela presidência da Câmara, a tropa de Arlindo Chinaglia (SP) vai acenar para José Serra (SP) com o apoio da bancada estadual petista ao candidato do PSDB na Assembléia Legislativa -provavelmente, Vaz de Lima. Também oferecerá a tramitação tranqüila do Orçamento de 2007, ainda parada. Outros governadores tucanos, como Aécio Neves (MG) e Yeda Crusius (RS), serão procurados. Com isso, o PT espera tirar o oxigênio de Aldo Rebelo (PC do B-SP).
O problema é que amplos setores do PSDB vêem Chinaglia como a pior opção. O grupo dos que preferem Aldo ao petista inclui aliados de Serra e de Aécio e mesmo os partidários da chamada "terceira via".

Entrelinhas. Na sua carta aos deputados, Chinaglia não promete o reajuste de 91%. Só diz que não haverá "temas proibidos", citando melhoria da estrutura de trabalho -senha para novas obras- e recuperação salarial. "A discussão será franca e serena."

Quietos. Em minoria, a tropa anti-Chinaglia na bancada do PMDB ficou acuada na reunião de ontem. Jader Barbalho (PA) e Olavo Calheiros (AL) nem se manifestaram.

Pensou melhor. Antes defensor da candidatura própria do PMDB, Eunício Oliveira (CE) foi convencido a mudar de idéia em conversa com João Paulo (PT-SP), momentos antes da reunião.

Pelos ares. Do vice-líder do governo Beto Albuquerque (PSB-RS) sobre a tentativa de construção de uma candidatura alternativa na Câmara: "Esse grupo dos 30 está cheio de lançador. O problema é que ali ninguém quer ser foguete".

Platoon. O governo planeja um evento com pompa para marcar o embarque da Força Nacional de Segurança de Brasília para o Rio, na segunda-feira. Jornalistas devem acompanhar a tropa no avião.

Sessão desenho. Motivo de chacota entre militares, a Força Nacional coleciona apelidos onde atuou. No Espírito Santo, é chamada de "vaga-lume", em razão das fardas brilhantes. Em Mato Grosso do Sul, de "Pica-Pau", por causa das boinas cor de vinho.

Vespeiro 1. O ex-presidente da Eletrobrás Aloísio Vasconcelos criou saia justa para os padrinhos José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). Ele deixou o posto atirando em diretores petistas ligados a Dilma Rousseff (Casa Civil).

Vespeiro 2. Vasconcelos tentou se cacifar para assumir o comando de Furnas. Como não conseguiu, foi para o ataque. Diante da guerra com o PT, Sarney e Renan temem perder o comando da Eletrobrás na troca dos cargos.

Ocupação. Além de apoiar Walter Pinheiro (BA), da esquerda petista, para o comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário, o MST tenta emplacar o chefe do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural, que cuida dos convênios da pasta.

Santa ceia. A proposta do PT baiano para a festa dos 27 anos da sigla, marcada para 10 de fevereiro, em Salvador, prevê, além das atrações musicais, jantar com Lula e Jaques Wagner para 500 militantes. O preço deve ficar entre R$ 50 e R$ 100 por cabeça.

Abre-te, Sésamo. A Casa Civil paulista lançou sua primeira licitação no governo Serra: quer substituir a empresa responsável por contratar porteiros para o Palácio do Bandeirantes. Os atuais funcionários têm sofrido com atraso nos salários.

Fatura. Governadores do Nordeste vão apresentar no encontro de amanhã em Natal (RN) uma lista de pedidos a Lula. Querem a conclusão da Transnordestina, a construção de um gasoduto, dinheiro para revitalizar o rio São Francisco e o aumento no valor do Bolsa-Família.

Tiroteio

"A atitude de Benedita mostra como pensam algumas pessoas do PT: é só esperar a sociedade esquecer o crime para absolver o infrator". Do líder do PFL na Câmara, RODRIGO MAIA (RJ), sobre a justificativa da secretária de Assistência Social do Rio, Benedita da Silva, para a contratação e posterior demissão de Carlos Manoel Lima, beneficiário do valerioduto; ela disse achar que o escândalo havia "saído de pauta".

Contraponto

Questão de lógica

Em seminário de políticas públicas em Tarumã, interior de São Paulo, os participantes discutiam como seria a relação dos municípios com governo José Serra (PSDB).
Marcos Silveira, vereador da cidade, perguntou a opinião do presidente da Uvesp (União de Vereadores do Estado de São Paulo), Sebastião Misiara.
-Bem, acho que o governador não vai atender demandas no varejo-, opinou o dirigente da entidade.
Animado, o parlamentar virou-se para um colega:
-Já que vai ser assim, vamos direto ao atacado: ao invés da gente insistir na cobertura do ginásio de esportes, vamos pedir logo a construção de mais dois!


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