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Lula faz acerto com PMDB e deve dar 15 cargos em troca de apoio
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou reunião hoje
às 19h com a cúpula do PMDB
para negociar cargos públicos
em troca de apoio ao pacote tributário e ao corte de gastos para compensar a perda da
CPMF. No encontro, o PMDB
oficializará a indicação do senador Edison Lobão (MA) para
ministro de Minas e Energia.
A Folha apurou que Lula deverá confirmar a indicação de
Lobão, apesar de setores do
Planalto bombardearem a escolha por dois motivos: 1) a
ameaça de crise no setor elétrico exigiria alguém com perfil
mais técnico; 2) acusações à lisura do senador e seu suplente,
Edison Lobão Filho.
Como o PMDB é o principal
parceiro do PT na coalizão, o
presidente negociará com a legenda cerca de 15 cargos que
ainda não foram entregues ao
partido aliado. Além da pasta
de Minas e Energia, o PMDB
reivindica a diretoria Internacional da Petrobrás para Jorge
Luiz Zelada (indicação da ala
mineira da sigla).
Os peemedebistas querem
ainda nomear o ex-governador
de Santa Catarina Paulo Afonso Vieira para a Eletrosul, mas
o PT resiste. A cúpula do partido vai apresentar uma lista de
reivindicações que inclui cargos em outras estatais do setor
elétrico (Eletronorte, por
exemplo) e alguns ministérios,
como Agricultura.
Lula decidiu não dar prioridade até o final do mandato a
negociações com a oposição
para aprovar projetos de seu
interesse. A derrota em 13 de
dezembro, quando o Senado
rejeitou a prorrogação do chamado imposto do cheque, fez o
presidente desistir de apresentar projetos que exijam apoio
da oposição, o que é o caso de
emenda constitucional.
A negociação de cargos em
curso no mês de janeiro, que
tem sido comandada pelo ministro José Múcio (Relações
Institucionais), objetiva dar
coesão à base do governo no
Congresso para aprovar matérias de seu interesse que não
necessitem de suporte da oposição, como a medida provisória que eleva a alíquota da
CSLL a bancos.
(KENNEDY ALENCAR, VALDO CRUZ E MARIA CLARA CABRAL)
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