São Paulo, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008 |
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Servidores reagem a governo e querem parar
Paulo Bernardo anuncia congelamento de reajustes; Fórum Nacional da Advocacia Pública inicia paralisação dia 17
FERNANDO BARROS DE MELLO
Sindicatos de servidores públicos federais avisam que se
preparam para uma "rodada de
embate" com o governo. Eles
acenam com greves por conta
do provável congelamento de
reajustes salariais para compensar perdas de arrecadação
com o fim da CPMF.
Ontem, o ministro Paulo
Bernardo (Planejamento) disse
que estão suspensos os reajustes de salários dos servidores
que estavam em negociação, incluindo o dos militares, cujo
impacto nas contas deste ano
seria de R$ 5,9 bilhões.
A suspensão vai durar até o
governo decidir onde serão feitos os cortes para compensar a
a perda da CPMF."Não temos a
mínima condição de decidir aumento de servidores neste momento de desequilíbrio. Primeiro temos que resolver a
questão do Orçamento. Depois
vamos tratar disso [reajustes]
na segunda quinzena de fevereiro", disse Bernardo.
Mesmo antes do anúncio, em
assembléia realizada anteontem, em Brasília, as categorias
do Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal já haviam
decidido entrar em greve a partir do próximo dia 17, por tempo indeterminado.
"Presidente Lula, evite o apagão jurídico. Cumpra o acordo", diz o site do Fórum Nacional, que representa advogados
e defensores públicos da União,
além de procuradores federais
da Fazenda e do Banco Central.
"O governo reconhece nossa
defasagem salarial, mas fica
com essa desculpa da CPMF,
que agora serve para tudo", diz
João Carlos Souto, presidente
do Fórum. "Tal descumprimento é um tiro no pé, pois são
os advogados públicos que defendem o governo, seus programas sociais e as obras do PAC."
Pelo termo de compromisso
assinado pelo governo em novembro, os salários desses servidores teriam aumentos entre
40% e 52% até abril de 2009.
Em resposta às ameaças de
greve, o advogado geral da
União, José Antônio Dias Toffoli, disse que o governo vai entrar na Justiça, alegando a "ilegalidade da greve e tratando da
penalização de seus organizadores. E vamos cortar o ponto
dos faltosos."
A Condsef (Confederação
dos Trabalhadores no Serviço
Público Federal) também não
gostou do anúncio do governo.
No dia 23, representantes da
entidade farão reunião no Ministério do Planejamento. "Se
nossas tentativas de diálogo
não derem certo, vamos convocar uma plenária após o Carnaval e definiremos por uma greve em março", diz o secretário-geral, Josemilton Costa.
Ligada à CUT, a Condsef representa 775 mil pessoas (cerca
de 70% dos servidores civis da
União). São 37 entidades filiadas. "Lula pode amargar nossa
sexta greve em seu mandato. O
governo tem gordura para
queimar em outros lugares,
mas é sempre o servidor que é
sacrificado", diz Costa.
A CUT (Central Única dos
Trabalhadores), ligada ao PT, é
quem congrega os maiores sindicatos do funcionalismo. "O
não-cumprimento de acordos
não é um problema só dos servidores, mas da sociedade. Teremos mobilizações, pressões
necessárias para que acordos
feito durante 2007 sejam mantidos", diz Denise Motta Dau,
secretária nacional de Organização Sindical da central.
Colaborou FELIPE SELIGMAN, da Sucursal de Brasília Texto Anterior: Lula faz acerto com PMDB e deve dar 15 cargos em troca de apoio Próximo Texto: [!] Foco: Cortes no Orçamento não devem atingir o projeto de reforma do Planalto Índice |
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