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25 ANOS
Partido, que comemora hoje jubileu de prata, discutirá mudanças no estatuto
Genoino defende punição mais rápida a dissidentes
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No ano que completa 25 anos, o
PT discutirá a modificação de seu
estatuto para acelerar processos
de punição a dissidentes. A idéia é
tirar da Comissão de Ética o poder de decisão sobre determinados casos e dá-los a instâncias que
fariam um julgamento mais rápido e político, como a Executiva e o
Diretório Nacional.
"É necessária uma atualização
do estatuto para dar mais unidade
de ação ao partido, sempre garantindo o amplo direito de defesa",
diz o presidente nacional do PT,
José Genoino. Hoje, jubileu de
prata do partido, ele dará coletiva
na sede do PT, em São Paulo. A sigla lançará um site.
Segundo Genoino, alguns casos
de dissidências, como o da candidatura do deputado federal Virgílio Guimarães (MG) e o dos radicais expulsos do PT em 2004, "são
relacionados a decisões políticas,
o que torna sem sentido uma discussão na Comissão de Ética".
Na prática, se a alteração vingar,
eventuais punições a dissidentes
ou até mesmo o encerramento de
polêmicas políticas que desgastam a legenda seriam mais rápidas. Genoino diz que essa eventual alteração será discutida no
13º Encontro Nacional do PT, no
início de dezembro.
"O caso do Virgílio é tipicamente um problema político", avalia.
O partido estuda uma forma de
punição ao deputado se ele não
retirar a candidatura a presidente
da Câmara. Virgílio concorre
contra o escolhido pela bancada,
Luiz Eduardo Greenhalgh. A eleição será na segunda. A eventual
punição virá depois.
Genoino disse que fará consultas até o final do mês a dirigentes
do Campo Majoritário (grupo
moderado que tem maioria no
partido) para confirmar sua candidatura à reeleição. "Se houver
concordância, disputarei a presidência do PT. Já comuniquei ao
presidente Lula e aos colegas que
não disputarei candidaturas majoritárias [leia-se o governo de
São Paulo] em 2006", afirmou.
Genoino descarta discutir a retirada do estatuto do "socialismo
democrático" como um objetivos
do PT, proposta que o atual ministro José Dirceu (Casa Civil) encampou sem sucesso em 1995.
"Para nós, o socialismo democrático é uma referência e não
uma tarefa do governo Lula. O rótulo da social-democracia não se
aplica ao PT, que é muito mais
amplo", diz. Genoino brinca:
"Gosto da definição do Marco
Aurélio Garcia [assessor para Assuntos Internacionais do Palácio
do Planalto]: "O PT é pós-comunista e pós-social-democrata'".
Segundo Genoino, as mudanças
no estatuto devem incluir ainda a
obrigatoriedade de prazo mínimo
de filiação para participação em
prévias (votações para escolher os
candidatos do partido), seja para
disputar a prévia, seja para votar
nela. Hoje não há prazo, o que favorece manobras de última hora
de filiação em massa.
Outra discussão, relativa às resoluções, tratará do tamanho do
Estado que o partido julga ideal.
"Fracassou o Estado mínimo neoliberal e fracassou o Estado inspirado no socialismo tradicional."
As resoluções são os documentos de orientação geral para a ação
política do PT, enquanto o estatuto diz mais respeito ao funcionamento partidário. O atual estatuto, o segundo da sigla, é de 2001.
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