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São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2003

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PAINEL

Democracia petista
A cúpula do PT paulista discute a possibilidade de impedir a disputa interna nas cidades em que os prefeitos do partido tenham o direito de concorrer à reeleição, caso de Marta Suplicy. Isto é, os prefeitos passariam a ser candidatos natos em 2004.

Memória incômoda
Ao tornar os prefeitos candidatos natos, o PT-SP quer evitar a repetição do caso Tarso Genro, quando o atual ministro venceu o governador Olívio Dutra nas prévias do PT-RS, mas acabou perdendo a eleição no Estado. A decisão deve ser tomada em encontro marcado para maio.

Corrente socialista
Anthony Garotinho quer implantar no PSB uma espécie de "modelo Amway" de filiação partidária. A idéia do ex-governador do Rio é que grupos de 50 militantes por Estado se encarreguem de trazer e preparar outros 50 novos quadros para o partido. E assim por diante.

Playground cheio
Em reunião com dirigentes do PSB, Garotinho disse acreditar ser possível filiar 1,5 milhão de pessoas com seu novo projeto. Velhos militantes do partido saíram da reunião qualificando a estratégia de "piada".

Uma ou outra
Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) defende que o Brasil produza a soja transgênica e a natural (sem modificações) para diversificar suas exportações. Especialistas, no entanto, dizem que o país não tem condições técnicas para garantir a armazenagem e o embarque da soja natural sem contaminá-la.

Disputa acirrada
Álvaro Ribeiro Costa (Advocacia Geral) e o ministro Nelson Jobim (STF) voltarão a bater boca no plenário do tribunal na quarta-feira, quando recomeça o julgamento no qual o Estado do PR pede indenização da União por causa das despesas para a construção da ferrovia Apucarana-Ponta Grossa.

Lei de Gérson
Alarmado com a possibilidade de ser cassado pelo TSE por abuso de poder econômico, Joaquim Roriz (PMDB-DF) já prepara uma "saída alternativa": renunciar ao mandato junto a sua vice, Maria Abadia (PSDB), o que provocaria a convocação de novas eleições em 90 dias.

Intervalo estratégico
A eventual renúncia de Roriz impediria que o segundo colocado na eleição, Geraldo Magela (PT), assumisse imediatamente o cargo. O governador também não teria seus direitos políticos suspensos. Até a nova eleição, assumiria o DF o presidente do Legislativo, Benício Tavares (PMDB), que é ligado a Roriz.

Na surdina
Roriz nega oficialmente a possibilidade de renúncia, mas vem debatendo o assunto com assessores desde antes do Carnaval.

Depois da folia
O deputado Raul Jungmann (PMDB-PE) perdeu seu celular enquanto sambava em Olinda.

No mesmo tom
Servidores públicos federais, estaduais e municipais, além de juízes e promotores, se reúnem no dia 15 em SP para um debate sobre a reforma da Previdência. Todas essas categorias estudam lançar uma nota contra a perda de qualquer direito adquirido.

Além-mar
A mensagem com o nome do ex-deputado Paes de Andrade (PMDB-CE) para o cargo de embaixador do Brasil em Portugal será enviada por Lula nesta semana ao Congresso.

Oposição no atacado
Arthur Virgílio, líder do PSDB, apresentou o 51º requerimento de convocação de um ministro para prestar esclarecimentos no Senado. Desta vez é Márcio Thomaz Bastos (Justiça), para falar da ação do Exército no Rio.

Sem negociação
O governador Eduardo Braga (PPS-AM) avisou o Planalto que não aceita a transferência de Fernandinho Beira-Mar para seu Estado, como propôs o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL).

TIROTEIO

De Roberto Jefferson (PTB-RJ), sobre o governo Lula e o caso do grampo ilegal na Bahia:
- O Fome Zero é o pão. ACM, o circo.

CONTRAPONTO

Limite ideológico

Agostinho Valente, que hoje assessora o ministro Guido Mantega (Planejamento), foi um dedicado militante de esquerda em Minas Gerais, no final dos anos 60.
Durante o regime militar, ele entrava numa kombi com alguns companheiros e saia pelas cidades e vilas vizinhas a Cruzília, no Sul do Estado, gritado ao microfone motes socialistas.
Um dia, durante um manifesto realizado contra a concentração de terras nas mãos de grandes proprietários, Valente e seus amigos estacionaram a kombi em frente a um grupo de ricos fazendeiros e, pelos autofalantes, dispararam:
- Terra, Trabalho e Liberdade! Terra, Trabalho e Liberdade!
Atônito, um dos fazendeiros se levantou, chegou perto do veículo e, olhando para os jovens, retrucou:
- Meus amigos, terra, tudo bem. Mas liberdade já é demais!


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