São Paulo, quarta-feira, 10 de março de 2004

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AGENDA NEGATIVA

Além deles, advogados da União podem fazer paralisação

Fiscais da Receita também ameaçam cruzar os braços

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Além da greve na Polícia Federal, o governo pode enfrentar paralisação de outras duas categorias: os advogados da União e os fiscais da Receita Federal também ameaçam parar.
Cerca de 7.500 fiscais da Receita votam hoje um indicativo de greve para o caso de o governo não aceitar suas propostas de reajuste salarial. No ano passado, optaram por paralisações temporárias.
A categoria quer que a carreira seja equiparada à de procurador da República (Ministério Público). Se isso acontecer, o salário inicial passaria de R$ 5.200 para cerca de R$ 8.000. O governo pediu prazo até o dia 31 para estudar as propostas dos fiscais.
O Sindicato dos Técnicos da Receita Federal de São Paulo fará um protesto hoje, na frente do prédio do Ministério da Fazenda, no centro de São Paulo. Durante a manifestação, voluntários serão encaminhados para hospitais da região para doar sangue.

AGU
Cerca de 400 advogados da União fizeram uma manifestação ontem de manhã em frente ao Palácio do Planalto e tentaram, sem sucesso, ser recebidos na Casa Civil da Presidência. Em seguida, foram ao Congresso Nacional em busca do apoio de parlamentares.
A principal queixa são os baixos salários. Um advogado federal em início de carreira ganha, em média, R$ 3.400. Eles exigem um reajuste de 100%. São cerca de 5.000 advogados que defendem o governo federal em todo o país.
"A situação é tão dramática que 40% dos aprovados em concursos públicos nem tomam posse. Preferem trabalhar em escritórios particulares ou no Judiciário, que pagam muito mais", disse Sérgio Luiz Rodrigues, presidente do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional, um órgão independente, sem vínculos com centrais sindicais. Eles também reclamam da evasão de profissionais, da precariedade das instalações de trabalho, do tamanho do orçamento e da ausência de carreiras de apoio técnico.
Procurada ontem para falar sobre o assunto, a assessoria de imprensa da AGU (Advocacia Geral da União) não quis se manifestar sobre as críticas nem sobre a ameaça de paralisação.
Hoje à tarde serão feitas assembléias nas principais cidades do país para decidir se haverá greve por tempo indeterminado.
A categoria, que é responsável por defender a União na Justiça e prestar-lhe assessoria jurídica, inclui, basicamente, advogados da União, procuradores federais (ambos da Advocacia Geral da União), defensores públicos da União e procuradores da Previdência, da Fazenda Nacional e do Banco Central.
Os advogados públicos dizem que, só no ano passado, foram responsáveis por uma economia de R$ 50 bilhões para os cofres públicos.


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