São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 2006

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PAINEL

Sem medo...
Depois da rodada dupla de mensaleiros absolvidos, o clima na Câmara é de adeus às máscaras. Em todo canto, ouvem-se elogios ao discurso de Roberto Brant (PFL-MG) sobre a necessidade de ter "coragem" para contrariar a opinião pública.

...de ser feliz
Segundo previsões suprapartidárias, o plenário também deve livrar a cara de João Magno (PT-MG), Josias Gomes (PT-BA) e Vadão Gomes (PP-SP), além de Pedro Henry (PP-MT), já inocentado pelo Conselho de Ética.

Estilo Zé Dirceu
Animado com a absolvição de Professor Luizinho (PT-SP), João Paulo Cunha ameaça recorrer para impedir a votação do texto de Cezar Schirmer (PMDB-RS) no Conselho de Ética. Alertado, o relator se reuniu ontem com advogados para preparar o contra-ataque.

Nada a declarar
A pressão dos petistas pela absolvição de Roberto Brant foi tamanha que o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), estava inscrito para discursar em defesa do relatório de Nelson Trad (PMDB-MS) pela cassação do pefelista, mas, na hora "H", desistiu de falar.

Não confunda
Foi Fernando Ferro (PT-PE), e não Fernando Coruja (PPS-SC), quem discursou em defesa indireta da absolvição de Brant.

Cartesiano
De um deputado do baixo clero, justificando seu voto pró-Luizinho no julgamento de quinta: "Se a Câmara representa a média do Brasil, e a popularidade do Lula sobe, é natural absolver um deputado do PT".

Febeapá 1
No falatório que precedeu a absolvição dos mensaleiros, Max Rosenmann (PMDB-PR) pediu a palavra ao presidente da Câmara: "Insisto na proposta de enviar as cédulas com antecedência aos gabinetes, para evitar a fila. Cada parlamentar registra o voto, vem ao plenário e entrega a cédula. Não precisaria existir uma fila da fila".

Febeapá 2
E Aldo Rebelo: "A Presidência estudará a sugestão de V. Excia., deputado Max Rosenmann".

Ainda 2002
Depois de Ciro Gomes, Anthony Garotinho. O presidenciável do PMDB foi condenado ontem, em segunda instância, a indenizar José Serra por declarações feitas em campanha e julgadas ofensivas. São 300 mínimos.

Por eliminação
Cresce entre tucanos a convicção de que o dilema se dá entre os planos A (Serra presidente) e B (Alckmin presidente, Serra governador). A opção C (permanência na prefeitura) estaria próxima de ser arquivada.

Corrida de cavalos
A ligeira vantagem nacional de Serra sobre Lula na pesquisa Ibope encomendada por tucanos ocorre na simulação do segundo turno. No primeiro, o presidente lidera a disputa.

Alta ansiedade
Jutahy Júnior (BA) se queixa dos efeitos da prolongada indefinição no PSDB. O líder da sigla na Câmara ganhou 4 kg nas últimas semanas. Quinta, devorou um pacote de biscoitos no intervalo entre as duas absolvições.

Não deu
Os poucos aliados de Antonio Palocci dentro do governo, e os muitos que o ministro tem fora dele, fizeram de tudo, até a última hora, para evitar a ida do delegado Benedito Antonio Valencise à CPI dos Bingos.

Forças ocultas
Desta vez, o comando de pressão palocciana sobre os senadores da oposição foi além dos já tradicionais Murilo Portugal, Aloizio Mercadante (PT-SP) e Tião Viana (PT-AC).

TIROTEIO

Do professor de ética e filosofia política da Unicamp Roberto Romano, sobre Aldo Rebelo (PC do B-SP), segundo quem a Câmara seguiu sua "tradição" com as absolvições de quinta:
-O que a Câmara fez foi a massa de uma pizza enorme, que fermentou a massa do ódio do eleitor brasileiro.

CONTRAPONTO

Trocando figurinhas

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fez uma pausa em meio à reunião do Copom para ir à festa de aniversário do governador tucano Marconi Perillo. No evento, em Goiânia, ele repetiu à exaustão que não falaria sobre juros.
Presente à comemoração, o colunista televisivo Amaury Júnior pediu uma entrevista a Meirelles, mas foi advertido de que a cotação da Selic não poderia ser objeto de perguntas.
De volta à mesa do aniversariante e cercado de tucanos, foi a vez de Meirelles, ex-filiado ao PSDB, demonstrar curiosidade:
-E então, me digam: quem será o candidato do partido à Presidência da República?
Coube ao líder no Senado, Arthur Virgílio (AM), aproveitar a deixa oferecida pelo próprio presidente do BC:
-Só digo se você me revelar qual será a decisão do Copom sobre a Selic amanhã!


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