DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Vice-líder do PSDB até ontem, o deputado Carlos Mosconi (MG) foi um dos últimos a assinar a CPI da corrupção, contrariando a orientação do partido e do presidente Fernando Henrique Cardoso. Mosconi disse que, mesmo a pedido de FHC, não vai recuar.
"Se o presidente pedir, respeitosamente, mas de forma firme, eu nego. Acho que ele não vai me pedir isso", afirmou. "Até agora ninguém pediu [para retirar a assinatura", e espero que não peçam."
Mosconi disse que assinou a CPI na véspera da entrega do requerimento porque esperava que o PSDB liberasse os congressistas para apoiar o pedido da oposição. "A população não aceita que não se faça a CPI. A impressão que passa é que algo está sendo escondido. Isso é ruim para o governo porque fica a desconfiança."
O deputado afirmou não temer retaliações nem do governo nem do PSDB. "Eu sou um deputado experiente, tomo decisões amadurecidas. Não estou contra o governo", afirmou. Mosconi disse estar "plenamente identificado" com o PSDB: "Espero continuar no partido".

Comunicado
Mosconi disse que comunicou previamente sua decisão ao presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), ao líder do partido, deputado Jutahy Júnior (BA), ao ministro Pimenta da Veiga (Comunicações) e ao ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo. Ele foi secretário de Saúde do governo Azeredo (1995-99). Segundo Mosconi, todos tentaram evitar que ele assinasse, mas respeitaram sua posição. (LD e DM)


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