DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A crise da febre aftosa no Rio Grande do Sul e a liberação de recursos para atendimento de emendas ao Orçamento da União estão pesando na decisão do deputado Augusto Nardes (PPB-RS) sobre a CPI da corrupção.
Ele iria anunciar hoje a sua decisão de retirar a assinatura de apoio à CPI, mas preferiu esperar até a próxima semana. "Vou deixar a poeira baixar, mas, se a bancada decidir, como fez o PFL, eu sigo a orientação."
Ele recebeu vários telefonemas do ministro Pratini de Moraes (Agricultura), representante do PPB gaúcho no ministério de Fernando Henrique Cardoso. "O ministro precisa de solidariedade. Ele está nessa briga com o PT por causa da crise da aftosa. Não posso negar apoio ao nosso ministro", afirmou o deputado.

Vacina
Pratini é criticado pelo PT porque não determinou a vacina do rebanho gaúcho contra a febre aftosa. Agora surgem os primeiros casos no Estado. "Parece que a crise da aftosa não tem nada a ver com a CPI, mas tem. O ministro pode até deixar o partido se não tiver o apoio da bancada".
O deputado gaúcho admite que a liberação de recursos para as emendas influi na sua decisão. "O ministro não falou nisso, mas a gente sabe que não vai haver simpatia para liberar verbas para quem assinou a CPI", disse.
Informado de que um dos seus redutos recebeu recursos ontem, dia em que ele negociava a retirada da sua assinatura, Nardes comentou: "Estou batalhando esses recursos há tempos."


Texto Anterior: Troca-troca: Ex-vice-líder tucano assina requerimento
Próximo Texto: Relator do conselho diz que pedirá punição
Índice