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Advogados pedem arquivamento
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os advogados do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA)
apresentaram ontem um memorial que pede o arquivamento no
Conselho de Ética da representação que investiga se o senador faltou com o decoro parlamentar.
Às 16h30, Márcio Thomaz Bastos e Luiz Vicente Cernicchiaro
entregaram o documento ao relator do processo, senador Saturnino Braga (PSB-RJ), no café do Senado. O texto começa com uma
interrogação: "Afinal, de que se
acusa o senador Antonio Carlos
Magalhães?". Ainda nas considerações iniciais, concentra a argumentação em dois pontos:
1 - O que vale é a versão de ACM
de que recebeu a lista, mas não a
pediu. Prova disso seria o "clima
de surpresa" descrito pelo próprio senador José Roberto Arruda
(sem partido-DF) no momento
em que entregou ao então presidente do Senado o resultado da
votação que cassou o ex-senador
Luiz Estevão (PMDB).
2 - De posse das informações,
segundo o memorial, ACM não
deu publicidade à elas. A única
ocasião em que o assunto teria sido mencionado foi em conversa
"sigilosa" com procuradores.
"Ao contrário de violar o sigilo,
ele [ACM" protegeu o sigilo", afirmou Bastos. "Se houve fraude, ele
não teve nada a ver com isso."
Os advogados arrolam argumentos jurídicos para explicar
por que ACM não faltou com o
decoro parlamentar e classificam
a conduta do pefelista como "atípica", resumida a um fato isolado
que não trouxe danos à votação.
Tentam demonstrar que os atos
praticados pelo senador não podem ser punidos porque não estão previstos no regimento interno do Senado.
Inicialmente os advogados trabalhavam com a possibilidade de
uma suspensão temporária de
mandato. Como a resolução do
Conselho de Ética é omissa em relação à duração da penalidade,
surgiu o receio de que os senadores condenassem ACM a ficar fora do Senado até o final de 2002
-final de seu mandato. Optou-se
pelo pedido de arquivamento.
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