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ROMBO TRANSAMAZÔNICO
Relatório modificado exclui Metasa, que foi de Fernando Bezerra, e Frutop, de Tasso Jereissati
CPI sobre Sudene deverá isentar políticos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após o senador Fernando Bezerra (sem partido-RN) ter
saído do Ministério da Integração
Nacional sob acusação de desvio
de recursos da Sudene, a CPI do
Finor concluiu que o projeto da
Metasa (Metais do Seridó S.A.)
não tem irregularidades.
Durante nove anos, Bezerra foi
dono da empresa, que recebeu R$
6,6 milhões do Finor (Fundo de
Investimentos do Nordeste).
O relatório final, que será votado na próxima semana, vai considerar irregulares somente 51 projetos, cuja dívida já está sendo cobrada judicialmente pela Sudene.
Esses projetos causaram um prejuízo de R$ 239 milhões.
Segundo cálculo feito pelo deputado José Pimentel (PT-CE),
relator-adjunto da CPI do Finor, o
rombo da Sudene chega a R$ 2,2
bilhões (valor corrigido com base
no IGP-DI, índice usado para
atualizar contas públicas) e envolve 531 projetos irregulares. Desde
1974, quando foi criado o Finor, a
Sudene aprovou 3.052 projetos.
As irregularidades foram identificadas em auditorias feitas pelo
TCU (Tribunal de Contas da
União) e pela Secretaria Federal
de Controle, do Ministério da Fazenda. Conclusões desses órgãos
serviram de base para as investigações da CPI do Finor.
Ontem, os deputados concluíram a votação de emendas ao relatório do deputado Múcio Sá
(PMDB-RN). A aprovação das
emendas modificou o parecer
apresentado há 15 dias.
Também ficou de fora do relatório referência a supostas irregularidades na empresa Frutop -
Produtora de Alimentos Ltda., do
governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB).
O relatório citava inquérito da
Polícia Federal de 1988 que identificou esquema de notas fiscais
frias no Ceará utilizado para fraudar projetos da Sudene. Segundo
inquérito da PF de 1990, a Frutop
utilizou o esquema.
A CPI rejeitou emenda de Pimentel para suspender o repasse
de recursos a 272 projetos em implantação, incluindo o da Metasa.
Esses projetos, que receberam R$
1,5 bilhão, deveriam ter sido implantados em três anos, mas se arrastam em média há nove anos.
Em relação à Metasa, essa medida seria inócua, porque a empresa
já recebeu 98,9% do total do projeto. O projeto da Metasa para implantação de uma fábrica de laminado previa a criação de 145 empregos, mas gerou apenas 15.
As alterações realizadas no relatório de Múcio Sá foram comandadas pelos deputados Armando
Monteiro (PMDB-PE), Pedro Eugênio (PPS-PE) e Jorge Khoury
(PFL-BA).
Na próxima semana, Pimentel
vai apresentar um voto em separado para se contrapor ao relatório de Múcio Sá, mesmo sabendo
que sua proposta dificilmente será aprovada.
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