DA REPORTAGEM LOCAL

Nas eleições municipais de 2000, 6% dos eleitores receberam oferta de compra de votos em troca de dinheiro. Essa é a conclusão de uma pesquisa feita pela Transparência Brasil em parceira com o Ibope, com 2.000 pessoas por todo o país entre 15 e 20 de março deste ano.
Dos eleitores atingidos por propostas de compra de votos, 9% têm até 35 anos e 8% estão na faixa de renda de até dois salários mínimos. Os que mais relatam ofertas são os que têm ensino fundamental e ensino médio completo, respectivamente, 9% e 8%.
As propostas de compra de voto ocorrem mais na região Centro-Oeste, onde 12% relatam ter recebido alguma oferta.
O percentual referente à compra de votos não exclui a troca por outros motivos como tratamento médico ou promessas de emprego, o que poderia fazer com que o percentual de pessoas que já receberam a proposta subisse.
A pesquisa também levantou o percentual de uso da máquina pública para fins eleitorais. A conclusão foi que 9% das pessoas que procuraram serviço na administração pública em 2000 ouviram de funcionários que o serviço ia ser feito se votassem em determinado candidato.
O percentual mais elevado dos eleitores que ouviram tais propostas está entre os que têm ensino fundamental e ensino médio, que representa 11% do total.
Como a pesquisa referente à corrupção eleitoral foi realizada pela primeira vez, não há como comparar os dados divulgados.
Os números levantados pela pesquisa mostram que 4% dos entrevistados já receberam pedido de propina de funcionários públicos. O número seria pequeno, pois apenas uma parte da população tem realmente contato direto com a administração pública. O Detran (6%), a polícia (24%) e a prefeitura (21%) seriam os maiores focos de corrupção.


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