São Paulo, sábado, 10 de junho de 2000


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SOCORRO A BANCOS
Procurador vai propor o indiciamento da diretora do BC por auxílio ao Marka e ao FonteCindam
Ministério Público pedirá saída de Grossi

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Ministério Público vai entrar na próxima semana com uma ação cautelar na Justiça Federal de Brasília pedindo o afastamento de Tereza Grossi da diretoria de Fiscalização do Banco Central.
O procurador da República Luiz Francisco Fernandez Silva disse que nessa ação proporá o indiciamento de Tereza Grossi como co-responsável, por improbidade administrativa, no episódio de ajuda aos bancos Marka e Fonte Cindam, em janeiro do ano passado.
Luiz Francisco informou que existem duas outras ações na Justiça de Brasília questionando a participação de Tereza Grossi na operação de venda de dólares pelo Banco Central aos dois bancos.
O procurador disse que está esperando mais informações dos procuradores da República no Rio de Janeiro -responsáveis pela investigação criminal- para embasar a terceira ação.
Na quarta-feira, o Ministério Público do Rio denunciou Tereza Grossi à Justiça sob acusação de prevaricação e peculato.
Como é funcionária pública, a diretora do BC terá 15 dias a partir da apresentação da denúncia para apresentar sua defesa prévia. Só então o juiz decidirá se aceita ou não a denúncia contra ela.
Grossi era chefe-interina de Fiscalização do Banco Central na época de ajuda aos bancos Marka e FonteCindam e participou das negociações com o dono do Marka, Salvatore Alberto Cacciola.
Ela assumiu a diretoria de Fiscalização em março deste ano, após um demorado processo de aprovação pelo Senado. Na época, houve resistência à sua nomeação por parte da oposição, devido à sua participação no caso Marka.
Desde quarta, quando a Justiça do Rio aceitou a denúncia, a Folha tem procurado Tereza Grossi, por meio da assessoria de imprensa do BC. A diretora tem evitado se pronunciar sobre o caso.
Ontem, a Folha voltou a procurar a assessoria para que Tereza Grossi comentasse a intenção do Ministério Público de mover nova ação contra ela. Até o fechamento desta edição, não obteve resposta.
Na quarta-feira, a única reação do BC veio do presidente da instituição, Armínio Fraga, que declarou por meio da assessoria de imprensa que mantém a confiança em Tereza Grossi e no assessor da diretoria do BC Alexandre Pundek Rocha, que também foi denunciado pelos procuradores.


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