São Paulo, domingo, 10 de junho de 2001

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OUTRO LADO

Conta não existe, diz assessor

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-prefeito Paulo Maluf negou anteontem que ele ou qualquer pessoa próxima de sua família possuam contas no exterior e comparou o caso com a denúncia de que ele seria pai da neta de um ex-correligionário.
De acordo com Maluf, a informação de que ele teria US$ 200 milhões depositados no paraíso fiscal de Jersey, Reino Unido, faz parte de uma ""campanha" com o objetivo político de prejudicar sua candidatura no próximo ano.
As afirmações foram feitas por intermédio de dois de seus advogados, Ricardo Tosto e José Alcides Montes Filho, e de seu assessor de imprensa, Adilson Laranjeira. Segundo Laranjeira, Maluf se encontrava na região de São José do Rio Preto, em uma viagem para contatos políticos.

Dinheiro aplicado
""Ele não tem conta no exterior. E acha que isso é uma espécie de campanha porque ele está bem colocado nas pesquisas para o governo do Estado. Nega veementemente que ele ou qualquer membro próximo de sua família tenham conta nesse paraíso ou em outro qualquer. Todo o dinheiro que ele tem está no país, aplicado na empresa dele", disse o assessor. ""É mais ou menos como aquele caso da filha que arrumaram e que depois o dr. Paulo teve de provar na Justiça, por exame de DNA pedido por ele, que era uma mentira escaldada em fatos políticos", afirmou Laranjeira.
Em março de 99, um ex-aliado do pepebista o acusou de ser o pai de sua neta, que na época tinha oito anos. Exame de DNA realizado indicou que ele não era o pai da criança.

Direito de defesa
Segundo o assessor de Maluf, os rendimentos do ex-prefeito correspondem aos informados por ele à Justiça Eleitoral no ano passado. ""Essa foi a primeira vez que ele ouviu falar nesse paraíso. Nem sabia que ele existia."
Ricardo Tosto não descartou a possibilidade de processar as pessoas que tenham divulgado a conta para prejudicar seu cliente.
""Precisamos não fazer nenhum tipo de pré-julgamento e, se o processo não tiver a consistência necessária, ele vai ter o direito de ir à Justiça brigar por seus direitos", declarou o advogado, que também negou ter recebido qualquer documento sobre a conta.
Tosto afirmou ainda que o ex-prefeito pode vir a contratar uma empresa internacional de investigação e um advogado no exterior para apurar o caso.
""O que lamentamos é esse costume que está sendo criado de a imprensa ficar sabendo antes dos acusados sobre o que está acontecendo", declarou.
Laranjeira concordou. ""O Ministério Público deveria ter chamado antes o dr. Paulo, para pedir explicações. Chama-se direito de defesa, algo que a ele está sendo negado", disse o assessor.


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