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OUTRO LADO
Conta não existe, diz assessor
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-prefeito Paulo Maluf negou anteontem que ele ou qualquer pessoa próxima de sua família possuam contas no exterior e
comparou o caso com a denúncia
de que ele seria pai da neta de um
ex-correligionário.
De acordo com Maluf, a informação de que ele teria US$ 200
milhões depositados no paraíso
fiscal de Jersey, Reino Unido, faz
parte de uma ""campanha" com o
objetivo político de prejudicar sua
candidatura no próximo ano.
As afirmações foram feitas por
intermédio de dois de seus advogados, Ricardo Tosto e José Alcides Montes Filho, e de seu assessor de imprensa, Adilson Laranjeira. Segundo Laranjeira, Maluf
se encontrava na região de São José do Rio Preto, em uma viagem
para contatos políticos.
Dinheiro aplicado
""Ele não tem conta no exterior.
E acha que isso é uma espécie de
campanha porque ele está bem
colocado nas pesquisas para o governo do Estado. Nega veementemente que ele ou qualquer membro próximo de sua família tenham conta nesse paraíso ou em
outro qualquer. Todo o dinheiro
que ele tem está no país, aplicado
na empresa dele", disse o assessor. ""É mais ou menos como
aquele caso da filha que arrumaram e que depois o dr. Paulo teve
de provar na Justiça, por exame
de DNA pedido por ele, que era
uma mentira escaldada em fatos
políticos", afirmou Laranjeira.
Em março de 99, um ex-aliado
do pepebista o acusou de ser o pai
de sua neta, que na época tinha oito anos. Exame de DNA realizado
indicou que ele não era o pai da
criança.
Direito de defesa
Segundo o assessor de Maluf, os
rendimentos do ex-prefeito correspondem aos informados por
ele à Justiça Eleitoral no ano passado. ""Essa foi a primeira vez que
ele ouviu falar nesse paraíso. Nem
sabia que ele existia."
Ricardo Tosto não descartou a
possibilidade de processar as pessoas que tenham divulgado a conta para prejudicar seu cliente.
""Precisamos não fazer nenhum
tipo de pré-julgamento e, se o
processo não tiver a consistência
necessária, ele vai ter o direito de
ir à Justiça brigar por seus direitos", declarou o advogado, que
também negou ter recebido qualquer documento sobre a conta.
Tosto afirmou ainda que o ex-prefeito pode vir a contratar uma
empresa internacional de investigação e um advogado no exterior
para apurar o caso.
""O que lamentamos é esse costume que está sendo criado de a
imprensa ficar sabendo antes dos
acusados sobre o que está acontecendo", declarou.
Laranjeira concordou. ""O Ministério Público deveria ter chamado antes o dr. Paulo, para pedir explicações. Chama-se direito
de defesa, algo que a ele está sendo
negado", disse o assessor.
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